Causas da morte ENVOLTAS EM MISTÉRIO
O processo continua na GNR e foi pedida a prorrogação do prazo para conclusão da investigação. Há perguntas que continuam sem resposta e que têm de ficar esclarecidas até meados do mês de agosto
Já passaram mais de oito meses desde a fatídica noite de 5 de dezembro em que Sara Carreira, de apenas 21 anos, perdeu a vida num acidente de viação entre os quilómetros 60 e 61 da A1 e, até à data, a família continua sem saber o que realmente aconteceu naquele que ficou marcado como o pior dia das suas vidas. Apesar de, aos poucos, Tony Carreira, de 57 anos, ir tentando reencontrar paz na música e ao lado dos filhos, Mickael e David, o cantor precisa de respostas e pormenores sobre o que realmente aconteceu à sua “princesa”.
Tal como a TV Guia avançou a 17 de dezembro, dias depois do acidente, os dados do relatório das autoridades fundamentaram-se em dados sólidos fornecidos pelas câmaras de videovigilância (que mostram claramente todo o acidente) e, principalmente, pelos radares de medição de velocidade da Brisa que se encontram ao longo da A1 e que provaram que o jipe amarelo no qual viajava o casal rumo a Lisboa, se deslocava “acima” do limite legal (120 km/h). No entanto, oito meses depois do trágico acidente, o processo continua entregue à GNR, que pediu uma extensão do prazo para concluir a investigação, alegando que são muitas as respostas que estão ainda por esclarecer, entre elas: a que velocidade efetiva circulava o Range Rover Evoque conduzido por Ivo Lucas, assim como a dos restantes carros envolvidos.
Os meses de agonia estendem-se entre o clã Carreira, a quem não é dado qualquer esclarecimento sobre o processo nem sobre o responsável pelo choque fatal das viaturas. Ivo Lucas, namorado de Sara Carreira, é, até agora, o único arguido, apesar de haver mais envolvidos, entre eles um condutor que acusou uma taxa de alcoolemia acima do permitido por lei.
RESPOSTAS EXIGIDAS AINDA ESTE MÊS
O facto de já terem passado oito meses desde que Sara Carreira perdeu a vida, motivou um requerimento de aceleração processual do Tribunal de Santarém, sendo determinado pela procuradora Isabel Varajão um prazo de 120 dias para a apresentação de resultados, prazo esse que termina a meio deste mês de agosto. Segundo o que foi apurado até à data, o carro onde seguia a filha de Tony Carreira e Fernanda Antunes já foi alvo de perícias por parte da seguradoras e, mais recentemente, pelo Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária. Um dos motivos pelo qual a investigação está atrasada prende-se ainda com um pedido feito ao fabricante da marca do carro de Sara Carreira, para perceber se o mesmo tinha sido submetido a alguma alteração que pusesse em causa a segurança da viatura. O atraso da investigação interfere também com as respostas das seguradoras, que ainda não conseguiram ter acessos a todos os dados que necessitam para averiguações finais. Apesar de todos os entraves, a família Carreira tem feito tudo o que está ao seu alcance para conseguir ter nas suas mãos qualquer resposta. A família solicitou há vários meses a apreensão de todos os veículos envolvidos no acidente, mas este pedido foi negado pela procuradora do Ministério Público.
IMPACTO “BRUTAL” NA SAÚDE DE TONY
Estes meses de espera têm sido desesperantes para o clã Carreira. Quem o assegura é o advogado da família, André Matias de Almeida que, em declarações ao CM, diz que a ausência de certezas “tem sido brutal” e que “estas situações de ansiedade, stresse e tristeza provocam outros fenómenos
como enfartes”, ligando assim o problema cardíaco que Tony Carreira sofreu, a 23 de junho, à angústia e dor profunda que tem sofrido nos últimos oito meses.
Já em maio, durante a entrevista a Manuel Luís Goucha, o cantor mostrou a sua indignação perante o atraso da investigação: “Do Ministério Público ainda não há conclusões, a Covid serve de desculpa para tudo. Acho desumano. Não falo só em meu nome, falo em nome de qualquer pai.”