TVI JÁ GANHA NA FICÇÃO
A ficção da TVI já leva a melhor sobre a SIC, em muitos dias da semana. Por pouca diferença, mas os números não mentem. Dou apenas dois exemplos – sexta (22) e segunda-feira (23). No primeiro, Festa É Festa venceu Amor Amor, por 13 mil espectadores; Bem Me Quer bateu A Serra, por 58 mil espectadores; e, por fim, embora num horário quase desencontrado,
Amar Demais ganhou à brasileira
Tempo de Amar, por 233 mil espectadores. No segundo, mais três vitórias, praticamente pelos mesmos valores. Estamos no verão, época atípica para fazer grandes balanços em televisão, mas a realidade das audiências é esta, neste momento. Já o tinha escrito, aliás, aqui, há vários meses, que a ficção da estação de Paço de Arcos dava sinais de fragilidade e que, por outro lado, a rival de Queluz de Baixo estava a arrumar a casa, com gente capaz, a criar histórias que chegavam a mais espectadores, a voltar à portugalidade que a catapultou para a liderança das audiências. O resultado da mudança de estratégia começa a dar frutos. Hoje, já não há
Prisioneira, com atores com burcas, mas há Festa É Festa ou Bem Me Quer. Há um presidente da Junta de Freguesia da aldeia da Bela Vida. Hoje, já não há personagens com os nomes de Omar e Samira, mas há o Albino ou a Maria Rita. Hoje, já não se grava na Tunísia, opta-se pela serra da Estrela e Aveiro. Apenas pormenores que fazem alguma diferença nas contas finais. Porém, a TVI continua a perder o dia, por grande diferença, para a SIC. O que falta, então?
Falta acertar no entretenimento e na informação. E não é por falta de dinheiro, que o patrão Mário Ferreira está disposto a tudo para chegar a n.º 1. Cristina Ferreira, a diretora que tem carta-branca para fazer o que bem entende em Queluz de Baixo, não acerta uma: Dia de Cristina, VivaVida, All Together Now, Cristina ComVida ou O Amor Acontece são prova disso. Anselmo Crespo, o diretor que nasceu e cresceu a dar notícias na SIC, não consegue deixar uma marca, seja às 13:00 ou às
20:00. Sim, as heranças dos formatos anteriores não ajudam, mas falta ali muita coisa, a começar pela identidade. Os dois jornais, afinal, são elitistas, ou populares?