TV Guia

Pobreza, álcool e GAGUEZ

É o concorrent­e mais velho do Ídolos e, por detrás do sorriso, esconde uma história de sofrimento, com bullying na escola e vícios em casa. “Os meus colegas pegavam em tudo para gozar comigo. São coisas que não se esquecem”

- TEXTO CAROLINA PINTO FERREIRA | FOTOS MADALENA ESTEVES/FREMANTLE MEDIA

Lembra-se de, durante a adolescênc­ia, assistir ao Ídolos e, desde então, este ser o seu concurso de música favorito. Nuno Almeida, de 30 anos, foi incentivad­o por uma amiga a concorrer à edição de Sara Matos e decidiu arriscar para concretiza­r um dos sonhos da sua vida: ser reconhecid­o pela sua voz e pelas músicas que compõe. Um desafio pessoal e uma prova de fogo para quem sempre foi gozado por ser gago. “Um gago não gagueja a cantar, por isso, nunca foi um problema na minha carreira. O pior era na escola...”, começa por revelar à TV Guia. Sem querer pormenoriz­ar detalhes do bullying que sofreu, o concorrent­e de Guimarães salienta ter sido “terrível” a maldade dos colegas durante anos, tanto pela forma de falar como por todos os problemas que a família enfrentava: “A minha família era muito pobre, não tinha meios para me ajudar e ainda sofria com problemas de alcoolismo. Os meus colegas pegavam em tudo para gozar comigo. São coisas que nunca se esquecem!” Depois de tudo o que passou, Nuno agarrou-se à música para mostrar do que é capaz. “Durante muito tempo, o facto de querer provar qualquer coisa aos outros era um estímulo para aparecer e mostrar-me a cantar. Agora, percebi que não devo nada a ninguém, a não ser a mim próprio.”

O SONHO DE VIVER DA MÚSICA

Nuno Almeida é empregado de balcão e tem apreço pelo que faz, mas não esconde que o que mais desejava na vida era poder viver da música. “Componho muito, e tenho muitas canções minhas que gostava que o público conhecesse e gostasse.”

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Nuno Almeida, de Guimarães, confessa que ainda hoje vive com o complexo de ser gago, muito devido à infância traumatiza­nte.

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