CINZAS estão em casa “Foi a única pessoa que sempre me apoiou”,
O cantor sofreu em segredo uma das maiores perdas da sua vida e lamenta que a família nunca possa ter ido ver Maria do São João ao hospital, nos últimos dias. conta, emocionado
ACovid tirou os palcos a José Cid mas, pior do que isso, roubou-lhe uma das pessoas mais importantes da sua vida. O cantor de 80 anos perdeu a irmã mais velha, Maria do São João, que, aos 89, não conseguiu vencer a batalha contra o coronavírus. “Em 2021, tive uma profunda tristeza: a minha irmã, dez anos mais velha, morreu com covid. Foi a casa de um familiar, apanhou o vírus no Natal e, passados quatro meses, estava a morrer”, começa por contar à TV Guia. O que mais magoa o consagrado cantor é o facto de a irmã, para quem olhava “como uma mãe”, ter vivido os últimos dias, de forma solitária, na cama de um hospital. “Nos últimos três meses, ninguém da família a conseguiu ver. Não percebeu, no final, o que é que lhe aconteceu. Ela não deve ter percebido porque é que estava no hospital e ninguém a foi visitar”, revela, emocionado.
UM ALTAR EM FRENTE À CHAMINÉ
Para ter Maria do São João sempre perto de si, mesmo após a morte, José Cid e a mulher construíram um lugar especial dedicado a esta sua segunda mãe na casa de ambos. “Eu e a Gabriela temos um altarzinho em frente à chaminé, com uma fotografia dela e com as cinzas”, surpreende o músico. Ainda a fazer o luto da irmã, José Cid relembra-a como “a única pessoa que sempre o apoiou” na música: “Sempre me disse para desobedecer aos pais, porque eu tinha uma voz bonita e escrevia poemas lindos. Sempre me pediu para continuar a cantar, acontecesse o que acontecesse, mesmo contra a vontade da minha mãe, e é isso que vou continuar a fazer até poder. Ela apoiou-me de forma incrível!”