TRAGÉDIA DEIXA VAZIO PROFUNDO EM ISABEL
AMIGOS TEMEM PELA EMPRESÁRIA, APÓS A MORTE SÚBITA DO MARIDO, SINDIKA DOKOLO, AOS 48 ANOS, ENQUANTO PRATICAVA MERGULHO NO DUBAI. ISABEL DOS SANTOS ENFRENTA AGORA OS PROCESSOS-CRIME DE QUE É ALVO SOZINHA, E ADMITE TER PERDIDO O SEU GRANDE PILAR
Aatravessar um momento particularmente conturbado, acusada de crimes de fraude e branqueamento de capitais, e de lesar o Estado angolano em milhões de euros, tendo sido alvo de arresto de bens, Isabel dos Santos perde agora aquele que era ser o seu “pilar” e a sua “força”. A empresária, filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, enfrenta um “vazio profundo” com a morte do marido, Sindika Dokolo, aos 48 anos, enquanto fazia mergulho no Dubai.
Os amigos temem agora pela saúde de Isabel, que ainda está a tentar digerir o que aconteceu ao pai dos seus quatro filhos, com quem vivia uma relação há cerca de duas décadas.
As condolências àquela que, em tempos, foi apelidada de princesa de Angola são muitas, mas Isabel prefere manter o silêncio neste período de luto. Nas redes sociais, apenas publicou uma fotografia do início da relação com
ISABEL E SINDIKA ESTAVAM JUNTOS HÁ DUAS DÉCADAS E TÊM QUATRO FILHOS EM COMUM
Sindika com a mensagem a informar da morte do marido, que já havia sido partilhada pela família. A prioridade da empresária são agora os quatro filhos, a quem se dedica nesta fase dolorosa.
POLÍCIA ESCLARECE
Logo após a notícia da morte de Sindika, várias fontes apontavam para versões contraditórias em relação à tragédia. Se havia quem garantisse que o marido de Isabel dos Santos tinha sofrido uma embolia pulmonar enquanto emergia do mergulho, outras fontes davam conta de um embate de cabeça, que teria sido fatal. A candidata à presidência Ana Gomes foi ainda mais longe ao afirmar que a morte de Sindika Dokolo – também ele acusado de vários crimes, a par com a mulher – era “muito estranha”.
No entanto, passados os primeiros dias de especulação, a polícia do Dubai, onde o casal passava férias aquando do acidente, declarou que não suspeita de qualquer "ato criminoso" na morte do empresário. "Não suspeitamos de qualquer ato criminoso na morte do empresário Sindika Dokolo, de 48 anos, que se afogou quando fazia mergulho livre no Norte da ilha de Deira", anunciou a polícia do emirado em comunicado.
De acordo com as autoridades, o aviso foi dado no dia 29 de outubro, quando receberam "uma chamada de emergência" a alertar para um acidente no mar. As equipas de salvamento marítimo foram "imediatamente enviadas" para o local, mas já nada conseguiram fazer, uma vez que o marido de Isabel dos Santos já se encontrava sem vida. Várias tentativas de reanimação foram realizadas, mas sem sucesso.
Sindika Dokolo praticava uma forma de mergulho, localmente conhecida como 'al-hivari', que não utiliza equipamento de respiração e assenta na utilização exclusiva do ar existente nos pulmões.
As declarações de amigos do empresário e o relatório médico-legal permitiram "concluir que não há suspeita de crime nesta morte", disse o general.
CASAMENTO MILIONÁRIO
Isabel dos Santos e Sindika Dokolo apaixonaram-se em 1999 e casaram-se três anos depois, numa cerimónia considerada milionária, que fica para a história como uma das mais faustosas, em Angola. Ao longo das duas décadas de vida em comum, o casal, que teve quatro filhos, manteve-se sempre unido e, nas redes sociais, a troca de declarações de amor era uma constante. O casal tinha por hábito partilhar várias fotografias apaixonadas das viagens que fazia pelo mundo, sempre com os filhos.
Na biografia ‘Isabel dos Santos: Segredos e Poder do Dinheiro’, a filha de José Eduardo dos Santos é descrita como uma mulher “devotada” ao marido que, mais do que um companheiro, era um braço-direito, com quem discutia todos os negócios. No entanto, Sindika sempre afirmou que Isabel era a grande líder da relação. “Sou mais de ouvir do que falar, pois é ela que tem as boas ideias, a visão certa”, fez saber.
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Agora, a empresária perde o seu grande apoio, o companheiro de uma vida e os amigos temem que Isabel perca as forças, num momento que já era difícil e que se torna agora de um sofrimento profundo com a morte de Sindika.