Correio da Manha - Vidas

David Carreira

APAGA EX-NAMORADA DA BIOGRAFIA

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“TENHO MEDO

DE NÃO APROVEITAR O TEMPO”

Lançou um livro aos 29 anos, ‘Os Sonhos Não Têm Tecto’, em que faz revelações sobre a sua carreira e vida pessoal. Esta é uma forma de dar a conhecer um outro lado do David? Sim, sem dúvida. Comecei a escrever o livro a seguir ao concerto na Altice Arena porque precisava de desabafar sobre as coisas boas que tinham acontecido nos últimos dois anos e as coisas menos boas também, porque normalment­e só faço isso na música e havia certas coisas que não conseguia. Comecei a escrever o livro e a contar coisas que grande parte dos fãs não sabe, sonhos que realizei e que quero realizar.

Além do percurso profission­al, ao longo do livro fala sobre a sua infância e vivências e revelou que sofreu de uma doença grave em criança que podia ter sido fatal. Tem memória dessa fase? Eu era muito novo mesmo, fiquei o primeiro ano no hospital portanto eu não me chego a lembrar de nada disso mas sei que na minha família é algo de que se lembram, mas eu era muito pequeno.

Este é um assunto ‘tabu’ na sua família? Não se fala muito do assunto porque, de repente, eu fiquei bem. Depois do susto, sabem que eu posso sair do hospital e ter a vida de um bebé normal.

Ao longo do livro fala muito da ligação à sua mãe. Ainda se considera um ‘menino da mamã’?

Já não sou tanto mas a verdade é que tenho uma ligação forte com a minha mãe. Mas também com a minha família toda. Somos todos muito próximos mas com a minha mãe em especial. O facto de ter ficado tanto tempo no hospital com ela acabou por nos aproximar mais. Ao longo da minha infância, a minha mãe teve sempre um papel muito protetor comigo.

A ligação com a sua mãe surge devido à ausência do seu pai, que no início da sua carreira trabalhava numa fábrica de enchidos e conciliava com os concertos ao fim de semana?

Sim, a minha mãe esteve sempre muito mais próxima porque estava em casa connosco para nos acompanhar. O meu pai andava em digressões e sempre que ele vinha a casa era um acontecime­nto e um momento muito especial. Mas mesmo assim ele sempre teve um papel muito presente nas nossas vidas.

Ao longo do livro de memórias e revelações assume-se como uma pessoa ligada à família, contudo, não abordou o tema do divórcio dos seus pais... Porque eu nunca falei sobre isso… e há certas coisas que eu não escrevi no livro. Há certas coisas que, por opção própria, eu não devo falar. Ou por uma questão de privacidad­e ou porque eu não sou a pessoa que deve falar sobre isso. E neste caso foram as duas razões.

Dedicou um capítulo do livro à sua namorada, Carolina Carvalho. É uma relação especial?

Estamos juntos há mais de três anos. É verdade, nós temos uma ótima relação, somos muito parceiros, muito amigos um do outro.

Preferiram não assumir a relação durante o primeiro ano de namoro. Porquê? Sempre gostei de ter uma vida muito privada e continuo a gostar disso, de partilhar simplesmen­te aquilo que deve ser partilhado, no momento certo, depois de um ano, em que tivemos a possibilid­ade de ter um namoro normal. Íamos jantar a todo o lado porque a imprensa portuguesa não tem tantos paparazzi como a internacio­nal. Então se não disser que namoro é mais fácil ainda ter uma vida de namorados normais, e nós achámos que isso era bom.

“SOU MUITO NOVO. TER FILHOS NÃO É ALGO QUE ME PASSE PELA CABEÇA”

O desejo de casar e ter filhos é assumido pela Carolina. Esse é um projeto a dois?

Neste momento, eu ainda sou muito novo para isso. É algo que não me passa pela cabeça ainda… É muito cedo para eu sequer começar a pensar nisso.

Esta não é a sua primeira relação assumida. O namoro com a atriz Carolina Loureiro foi bastante acarinhado pelos fãs. Porque é que não abordou esse ca

pítulo no livro?

Prefiro não comentar. Eu não gosto de fazer ondas, gosto de ter a minha vida muito pacífica.

É uma pessoa de afetos e ligações fortes. O futuro é algo que o preocupa? Sim… Eu sou daquelas pessoas que não gostam de ver o tempo passar, não lido bem com o passar dos anos. Sinto sempre que estou a perder momentos especiais de quem gosto, portanto não festejo propriamen­te os meus anos. Quando escrevo a parte do livro de 2030, no futuro, é no sentido de querer ter mais tempo com as pessoas que gosto e ter uma vida mais calma para aproveitar o que nem sempre se consegue nesta área, em que não há horários e é muito inconstant­e, como se pode por este ano de pandemia em que tive dois concertos. Gostaria de ter mais tempo para as pessoas de quem gosto. Tenho medo de não aproveitar o tempo.

Tem uma grande ligação com os seus avós. Como é que tem gerido o tempo numa altura de pandemia?

É difícil, tenho tido todos os cuidados. De vez em quando vou lá a casa mas já

“NÃO HÁ JANTARES DE FAMÍLIA E ABRAÇOS”

não há um jantar de família e abraços desde o início da pandemia. É um abraço que falta, o que eu mais quero é que passe esta fase e volte a ter uma vida normal.

Como é que vão gerir o Natal em família?

Não temos planos… Estamos um bocado à espera das diretrizes para saber como vamos fazer. É obvio que se fosse por mim estaria com a família toda. Para mim o Natal é aquela data sagrada.

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