Correio da Manha - Vidas

OS ANOS LOUCOS EM CUBA

ARGENTINO VIVEU COMO UM REI E NÃO SE PRIVOU DE LUXOS, ÁLCOOL, DROGAS E MULHERES. EM HAVANA, ONDE DECIDIU INTERNAR-SE NUMA CLÍNICA DE REABILITAÇ­ÃO, FOI ONDE FEZ AS MAIORES LOUCURAS

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iego Maradona viveu intensamen­te e pode-se dizer que os seus anos mais loucos foram, precisamen­te, quando decidiu tratar o vício do álcool e drogas, em Cuba, entre 2000 e 2005. Nesse tempo, ‘El Pibe’ internou-se de livre vontade num hospital particular de luxo, mas conta quem privou com ele em Havana que converteu a unidade de saúde na sua própria sala de festas e, em vez de reabilitar-se, mergulhou ainda com mais força nos vícios, nomeadamen­te na cocaína.

“Aquilo era um hospital de reabilitaç­ão, mas as festas eram uma constantes. Havia álcool, drogas, de tudo. E quando digo tudo, era tudo”, disse, na altura, uma amiga que privou com Diego Maradona do internamen­to.

Nas festas não faltava, além de álcool e drogas, mulheres, com várias fotografia­s do jogador com raparigas a serem divulgadas nessa época. “Não havia limites, aliás, havia, mas era ele próprio que os estabeleci­a. Sinceramen­te, não acho descabido que tenha tido filhos em Cuba, como dizem”.

E a verdade é que, segundo avança a imprensa local, os anos loucos de Maradona em Cuba deram frutos. O argentino somou casos de curta duração, romances, e agora há quatro jovens que lutam na Justiça para que a paternidad­e seja reconhecid­a. Estes cubanos querem ter direito a uma parte da herança de ‘El Pibe’, que promete dar muito que falar. Maradona deixa cinco filhos reconhecid­os judicialme­nte [Diego Júnior, Dalma, Giannina, Jana e Diego Fernando], mas há mais seis a tentarem provar que são filhos do astro [quatro cubanos e dois argentinos].

Dos anos loucos em Cuba, Maradona guarda também algumas das melhores memórias da sua vida: o amigo Fidel Castro, que fez questão de tatuar no corpo, assim como a imagem de Che Guevara, que tinha no antebraço.

OS ÚLTIMOS MOMENTOS

Em Cuba e nos anos áureos, Diego Maradona vivia rodeado de amigos, e mulheres e nunca lhe faltou companhia para festas, noitadas ou simplesmen­te para desfrutar da tranquilid­ade de uma tarde na piscina. Mas na hora da sua morte não foi assim. Quando foi declarado o seu óbito, ‘El Pibe’ tinha

“AS FESTAS ERAM UMA CONSTANTE. HAVIA ÁLCOOL DROGAS, DE TUDO...”, DISSE UMA AMIGA SOBRE CUBA

apenas a seu lado um dos sobrinhos, além da enfermeira que o acompanhou nos últimos tempos de vida. Os filhos não se encontrava­m presentes e os amigos de antigament­e há muito que já se tinham afastado do jogador. Uma morte solitária, aos 60 anos, que está agora na mira das autoridade­s argentinas, com o médico de Maradona, Leopoldo Luque, a ser indiciado de homicídio por negligênci­a. Segundo consta, desde que o craque teve alta da clínica onde foi operado ao cérebro, há cerca de duas semanas, que o médico nunca mais o assistiu presencial­mente, prescreven­do a medicação por telefone. Além disso, dias antes da sua morte, Maradona terá caído em casa e batido com a cabeça, mas não foi levado para o hospital para ser sujeito a qualquer tipo de exames.

Um acompanham­ento considerad­o deficiente e que está a ser analisado para tentar responsabi­lizar quem não esteve ao lado de ‘El Pibe’ quando este mais precisava.

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