Aquelas vozes
Depois do aplaudido I Love You Honeybear, de 2105, um dos nossos cantautores preferidos está de regresso. Father John
Misty transformou a dor de amores, a raiva e a desilusão da vida, no melhor da melancolia, ao piano e à guitarra acústica, mas fê-lo não só de coração aberto, como com uma rara ironia e cinismo. No fundo, é um grande provocador e usa a música folk como arma e, neste disco, isso nunca foi tão evidente. O próprio disse à Pitchfork: “Se me retirarem a minha música, só sobrará um bigode e má onda.” Acabada de sair, está ainda a reedição de Either/or, o terceiro disco de Elliott Smith, lançado em 1997, um disco de culto, principalmente nos Estados Unidos, inspirado na filosofia de Kierkegaard, e há quem considere estas as suas melhores canções. O Também acaba de sair o novo de Mark Lanegan que desta vez convida os amigos a participar, como Josh Homme, Greg Dulli e Duke Garwood, porque uma das razões por que continua interessado em fazer música é a partilha – “vista através dos olhos de outros torna tudo mais excitante”. O resultado são canções poderosas, mais pacificadas e positivas. Father John Misty, Pure Comedy, ed. Bella Union/sud Pop/pias; Elliott Smith, Either/or: Expanded Edition, Universal Music, Marc Lanegan, Gargoyle, Heavenly Recordings/pias.