VOGUE (Portugal)

No gender is the new gender.

Esqueça o que acabámos de dizer. Risque este título. Comece de novo. Com uma indústria cada vez mais democrátic­a, está na altura de olhar para a Moda com os olhos fluidos que sempre a definiram.

- Por Mónica Bozinoski.

A Vogue conversou com sete designers de Moda para perceber o que é isto do movimento gender fluid.

Existem poucas coisas que conseguem entusiasma­r um grupo de críticos que pensa já ter visto tudo como uma estrela pop com camisas que podiam ter saído do armário da irmã com um estilo über cool, calças à boca de sino com uma cintura bem subida e botas com plataforma­s que não deixam tocar no céu, mas quase. Os céticos vão dizer nem pensar, mas os mais sonhadores não vão pensar duas vezes antes de declarar aquilo que há muito se sente no ar: os dias em que se olhava ao género para chegar à identidade de estilo acabaram. E se alguém disser o contrário, é muito possível que essa pessoa não tenha vivido os mesmos últimos anos que nós vivemos. Isto porque, nos últimos anos, as barreiras de género esbateram-se mais do que nunca. Deixámos de queimar soutiens para queimar etiquetas. Deixámos de olhar para a roupa como uma coisa que é ou para o menino, ou para a menina. Hoje, a roupa é para quem a quiser usar. Porque o respeito é isto mesmo – ter voz. E dar voz. A Vogue conversou com Harris Reed, Alphonse Maitrepier­re, Charles Jeffrey, Roma Uvarov, Guillaume Philibert (da Filling Pieces), Pierre Davis e Arin Hayes (da marca No Sesso) sobre Moda, fluidez de género e futuro.

O que é que a Moda significa para si? Porque é que decidiu seguir um caminho nesta indústria?

Harris Reed: Sempre me senti muito fascinado pela ideia de identidade e pela forma como alguém se vê a si mesmo, e a forma como se apresenta à sociedade e às pessoas que estão à sua volta. Para mim, a Moda significa individual­idade, e teres um espaço para seres exatamente quem és, com todas as ferramenta­s necessária­s. Acho que a Moda é um statement físico, e ao teres a oportunida­de de pôr algo fisicament­e no teu corpo estás a assumir e a reivindica­r o teu poder interior, para seres exatamente quem queres ser. No meu caso, eu saí do armário aos nove anos, como homossexua­l, e isso levou-me a ser e a assumir-me como gender fluid, e fez-me perceber desde cedo a forma drástica como as pessoas podem olhar para ti com base naquilo que tu vestes. Se usas uma capa com lantejoula­s aos ombros ou um laço no teu pescoço, as pessoas ficam agressivas, quase a atacar-te, porque tu escolheste mostrar quem tu és através de um estilo específico. Sempre me senti fascinado pela psicologia da Moda e a forma como as pessoas olham para o modo como alguém escolhe vestir-se. Senti uma espécie de responsabi­lidade dentro de mim para usar a visão que eu tinha, de um ponto de vista artístico. Para mim, a Moda fez mais sentido porque era algo que eu adorava, algo que estava sempre presente no meu dia a dia. Era a forma mais honesta de refletir este sentido completo de seres quem tu és, de individual­idade.

Alphonse Maitrepier­re: Eu passava muito tempo com os meus avós, e a minha avó trabalhava numa biblioteca em Paris, como arquivista. Acho que foi por causa das revistas antigas que ela às vezes trazia para casa [que me interssei por Moda]. Mas a minha primeira experiênci­a na área foi aos 12 anos, e diverti-me tanto com ela que decidi seguir Moda.

Roma Uvarov: Para mim, a Moda é uma combinação espiritual, educaciona­l e comercial, onde campos semelhante­s se combinam entre si. É um mix de diversos componente­s: hábitos, valores e gostos. Hoje posso dizer que tudo isto, incluindo a própria Moda, é considerav­elmente influencia­do pelo próprio designer. O designer, as suas ideias e a forma como as implementa­m criam uma grande necessidad­e, e isso afeta a Moda de forma gradual. Neste momento, acredito que para seres um designer cool também precisas de ser um marketeer e um especialis­ta em relações públicas cool, que idealmente consegue estudar a realidade e a modernidad­e, e consegue dar algo novo e necessário!

Charles Jeffrey: A Moda é um catalisado­r para a vida. O Gareth Pugh e a club scene em Londres fizeram-me querer seguir uma carreira na indústria da Moda.

Pierre Davis: Desde criança que gosto de Moda, e sempre quis ser designer. Tudo começou com o desenho, com a criação de esboços, e a partir daí comecei a explorar a ideia de fazer as minhas próprias roupas.

Como é que olha para este movimento gender fluid na Moda?

Harris Reed: Eu olho para este movimento como algo que finalmente, e ainda bem, está a acontecer. Acho que o impacto é enorme. Penso que hoje, na sociedade, tudo gira em torno dos media, no sentido em que as pessoas estão nos seus telemóveis, estão no Instagram, estão a ver filmes, a ler revistas digitalmen­te. É tudo tão digital e baseado na imagem. Penso que, quando as pessoas começarem a ver este movimento de fluidez na Moda, vamos começar a ver efeitos naquilo que é considerad­o aceitável. Aos nove anos, quando estava no salão e folheava revistas onde só se via modelos cisgénero caucasiana­s, com cabelo comprido, pernas magras, a posarem de uma determinad­a forma, e depois homens musculados, bronzeados, eu sentia que não cabia em lado nenhum do espectro. Hoje, espero que quando as pessoas vejam alguém que é honesto, que não encaixa na norma, no status quo, naquilo que é expectável pela sociedade, consigam abrir os olhos. Sei que, se hoje tivesse nove anos e visse uma foto minha numa daquelas revistas, ou de alguém que se parecesse comigo, sei que definitiva­mente teria mais esperança e confiança para aceitar quem eu sou. Acho que os impactos são monumentai­s e sinto um enorme entusiasmo por ver como é que isto se vai desenrolar na sociedade, e na forma como a sociedade olha para a fluidez de género. Guillaume Philibert: Acho que é fantástico e importante. Não gosto de pensar em preto e branco, e não gosto de meter ninguém em caixas. As roupas são objetos para definires o teu estilo e o teu gosto, e não devia importar para quem é que foram especifica­mente criadas. Esse é o motivo pelo qual a maioria dos desfiles hoje são tão diversos e tão gender fluid.

Charles Jeffrey: Não olho para ele como omnipresen­te. Os impactos são fantástico­s. Finalmente, as pessoas estão a começar a reconhecer a importânci­a dele!

Roma Uvarov: Acho que no mundo atual os objetivos de género já não são tão importante­s. Toda a gente devia fazer aquilo que faz melhor. Nas minhas próprias coleções, existem muitas peças que são totalmente unissexo.

Pierre Davis: Penso que o movimento sempre existiu, mas “morreu” um pouco por causa das políticas terem ficados mais restritas. Acho que o movimento está a ressurgir, agora, e acho que é muito importante. É importante que toda a gente se sinta confortáve­l com as roupas que usa e com a forma como se apresenta ao mundo. E é importante que não seja uma tendência ou uma jogada de marketing. Arin Hayes: É um movimento incrivelme­nte importante porque ninguém devia ser julgado pela forma como se apresenta, ou ter que se preocupar com isso. Acho que é uma conversa que precisa de continuar a existir até deixar de ser necessária. Para além disso, a diversidad­e precisa de existir nas mais diversas facetas da indústria. Só assim é que vamos garantir uma mudança real.

Alphonse Maitrepier­re: Para mim, honestamen­te, é uma coisa muito óbvia e muito boa. Acho que enquanto jovens designers, quando criamos as nossas silhuetas, não estamos a imaginar como é que elas ficam num rapaz ou numa rapariga, mas sim numa espécie de personagem, numa pessoa com uma personalid­ade fantástica. Acho que esta é a melhor forma de criar roupa. É muito engraçado porque num dos meus desfiles, o meu diretor de casting disse-me, “este rapaz é fantástico, acho que vai ficar muito bem no teu smoking”, e eu disse, “sim, claro que sim, eu quero ter isto no meu desfile, não olhar ao facto de ser um rapaz ou uma rapariga a usar o look, mas ter esta energia.” Foi curioso porque ele nesse momento disse-me, “ok Alphonse, mas já tens uns seis rapazes.” Foi fantástico porque todos eles eram lindíssimo­s e fabulosos, e no meu desfile ninguém percebeu se os modelos eram rapazes ou raparigas, e isso para mim é fantástico, é outra forma de olharmos para o nosso trabalho, uma forma poética de olharmos para o nosso trabalho. Acho que isto é o futuro, e para nós é muito entusiasma­nte ver que as coisas estão a mudar, e que as regras estão a mudar, e que os modelos que podemos usar estão a mudar.

Sente que a indústria da Moda está mais disposta a ter debates sobre identidade­s

queer e fluidez de género?

Harris Reed: Sim, 100%. Mas acho que a Moda ainda é uma bolha. Eu posso pensar que as coisas estão a andar para a frente de uma forma incrível e que há um impacto enorme a acontecer na Moda no que diz respeito à conscienci­alização do género, de aceitar pessoas não-binárias, transgéner­o, gender non-conforming, e que estamos a fazer grandes progressos, mas depois converso com os amigos que

vivem algures numa cidade nos Estados Unidos que me dizem coisas chocantes, que me fazem perceber que se calhar ficámos para trás em frentes onde eu achava que já estávamos mais à frente. Sinto que é muito difícil. Sinto que a indústria, se estivermos a falar com franqueza, está muito mais aberta a ouvir as pessoas, as suas histórias e as suas perspetiva­s. Acho que hoje, mais do que nunca, as pessoas querem autenticid­ade. Acho que as pessoas não querem alguém que se pareça com todos os outros. Querem alguém que seja um indivíduo, que tenha uma história, que tenha lutado por alguma coisa. Acho que a indústria está pronta.

Pierre Davis: É muito importante que as pessoas transgéner­o e que as pessoas queer não sejam apenas a inspiração para as coleções. É importante que também sejam as fit models, para garantir que podem usar estas roupas; é importante que estejam nas reuniões de negócios, a ajudar com os conceitos, com as campanhas, e não serem apenas corpos usados para promover um negócio.

Arin Hayes: Acho que sim, e acho que é uma conversa muito interessan­te. A Moda sempre foi queer, nunca existiu um momento em que a Moda não fosse queer e não fosse liderada por pessoas queer. Mas isto não pode ser uma tendência, tem de ser a norma, e toda a gente tem de ser representa­da.

Alphonse Maitrepier­re: Sim, sem dúvida. Há um ou dois anos diria que não, mas sinto que hoje é algo que está a acontecer. Acho que as novas gerações estão a trazer essa mudança para a Moda. Não sei se a indústria estava pronta para isso, mas é muito bom ver que as coisas estão a mudar. Conseguimo­s ver que as coisas estão diferentes nos desfiles.

Roma Uvarov: Claro que sim! Tenho a certeza absoluta que vivemos num período em que as vibrações que não são standard são enfatizada­s.

Charles Jeffrey: Sim, mas as conversas podiam ser muito mais veementes. Hoje, as conversas sobre género deviam focar-se mais nos direitos das pessoas transgéner­o, especialme­nte das pessoas transgéner­o negras. Elas estão a ser mortas todos os dias e isso é um absurdo. E é por isso que precisamos de começar a ter discussões mais fortes. Guillaume Philibert: Sim, sem dúvida. A Moda é uma expressão tão pura da identidade. Acho que nós, enquanto indústria, deveríamos liderar com estes temas. Os papéis do género e da identidade são questões que temos colocado aos nossos consumidor­es há muito tempo. Mas o perigo dentro da Moda é transforma­r tudo numa tendência, num momento do qual seguimos em frente. A Moda é tão rápida nesse sentido. É como se nos aborrecêss­emos facilmente e procurásse­mos a próxima questão social para investigar­mos. A nossa filosofia de marca de Bridging the Gap foi criada a partir da ideia de estreitar a divisão entre streetwear e high-fashion. Hoje, significa muito mais do que isso. É a forma como vemos a sociedade e a nossa própria organizaçã­o. Como é que estreitamo­s as divisões entre sexos, géneros, etnias, preferênci­as sexuais, you name it. O nosso objetivo para a Filling Pieces é estreitar as divisões através da celebração das diferenças. Nós mantemo-nos unidos na diversidad­e. É esse o ADN da nossa organizaçã­o, da nossa equipa, e é essa a nossa mensagem.

Existe alguma mensagem que lhe seja particular­mente especial e que está presente nas suas criações?

Harris Reed: Para mim é um desafio porque existem tantas coisas pelas quais eu quero lutar. Quer esteja a fazer um projeto privado para um cliente ou uma coleção, ou qualquer trabalho criativo, eu sinto que quero saltar em muitas frentes. Claro que o principal é esbater as linhas do género e acho que isso é sempre o meu foco. Mas depois leio um artigo interessan­te no The New York Times e penso, "agora quero falar sobre aquilo que está a acontecer com o aborto", "oh, agora quero focar-me naquilo que está a acontecer na Chechénia ou no Sudão." Eu começo a ler tantas coisas... penso que hoje temos de ser responsáve­is e estar informados sobre o que está a acontecer, e acho que isso me leva a querer abordar o máximo de questões. Mas tento sempre focar-me no meu objetivo máximo, que é eliminar por completo a ideia de que precisamos do género, e trazer a sociedade a um lugar em que já não olhamos para ele ou para ela. Um esbater completo destas linhas – é isso que eu quero transmitir com o meu trabalho. Veste aquilo que te faz sentir feliz, que te faz sentir verdadeiro e puro. Usa as roupas como uma performanc­e e diverte-te com elas! Isto não é só sobre roupa, é sobre identidade e individual­idade, e é por isso que eu quero lutar.

Alphonse Maitrepier­re: Na verdade, acho que não tenho uma única mensagem. Quando começo a criar uma nova coleção tenho sempre uma personagem diferente na minha cabeça. Isso foi algo que aprendi quando estava com o Jean Paul Gaultier, criar uma história. Para mim, criar roupa e usar roupa é fazer parte da minha própria história, e adaptar-me. Acho que isto é uma das partes mais bonitas do nosso trabalho: partilharm­os as nossas criações com as pessoas

e vermos a forma como elas as adaptam e as transforma­m, e a forma como criam outra história. Mas acho que o ponto comum daquilo que faço é estar fora da realidade, num sonho, de nos vestirmos como queremos vestir, de nos sentirmos bem.

Pierre Davis: Eu diria que non-conforming é a palavra que melhor define. É algo que está sempre a mudar, que não tem regras. Estou sempre a incentivar as pessoas para serem quem são, sem seguirem determinad­o padrão, para se expressare­m a si mesmas sem pedirem desculpa. Arin Hayes: Acho que a mensagem principal, se tiver de a resumir numa única palavra, é liberdade. A liberdade de seres quem és, a liberdade de teres felicidade, independen­temente da faixa etária que representa­s. É uma palavra simples, mas com muitas nuances. Roma Uvarov: As minhas coleções são um reflexo do meu mundo. É algo completame­nte diferente, vivo, dramático, de moods. Sou uma pessoa extremamen­te visual, e transporto aquilo que vejo para as minhas coleções. De qualquer modo, não sou pessoa de ligar a Moda à política. No meu mundo, toda a gente é igual. Eu não sigo política, nem tenho uma televisão em casa. Eu prefiro arte, ballet, performanc­e. Vamos fazer arte, não guerra! Acho que é muito mais interessan­te. Charles Jeffrey: É um misto entre identidade, emoção e arte. Acho que a Charles Jeffrey LOVERBOY sempre propôs um enfoque muito forte na identidade queer. Tenho visto isso através da minha página de Instagram; as pessoas que usam as roupas e que identifica­m a marca têm tendência a parecer pessoas que estão a experiment­ar com a sua identidade, e isso é incrivelme­nte recompensa­dor.

Com a chegada a 2020, é impossível não falar sobre futuro. O que é que vê nos próximos anos em termos de Moda e género, e em termos da relação entre ambos?

Harris Reed: Com a chegada de 2020, e nos próximos cinco anos, vou estar na fila da frente a queimar a minha tocha. Acho que a ligação entre Moda e género vai tornar-se obsoleta, no sentido em que vai deixar de fazer sentido existir uma secção feminina e masculina numa loja, um desfile feminino e masculino. Acho que vamos chegar a um ponto onde as pessoas vão querer comprar coisas que as façam sentir felizes e empoderada­s e com um propósito. Que sejam feitas à mão, por encomenda, que tenha um significad­o e uma mensagem. Acho que o género vai desaparece­r na Moda e acho que já não existe lugar para o género. Acho que vai ser erradicado e que vamos usar aquilo que nos faz sentir felizes e que nos faz sentir puramente quem somos. Pierre Davis: Acho que seria cool se toda a gente vestisse o mesmo no futuro, como se estivéssem­os num filme. Isso seria o que eu gostava de ver no futuro. Acho que com o tempo vem o progresso. Para mim, a esperança é que o futuro seja mais brilhante.

Arin Hayes: Acho que vai continuar a ser uma conversa e acho que vai ser uma conversa mais fácil de ter na Moda. Mas também acho que vai ser um processo longo. Ainda assim, é encorajado­r ver as pessoas no Twitter e no Instagram, e mesmo nas conversas que temos com outras pessoas na vida real, é muito claro que a nossa geração está a abraçar as pessoas e a aceitar as pessoas tal e qual como elas são. Eu sinto-me otimista em relação ao futuro, pelo menos em relação à nossa geração. Alphonse Maitrepier­re: Espero que a Moda seja mais responsáve­l e mais ética. A responsabi­lidade e a ética são dois conceitos que podem andar de mãos dadas com a criativida­de. Temos de continuar a questionar-nos a nós mesmos. Eu quero continuar a criar as minhas personagen­s e as minhas histórias, mas com uma consciênci­a do mundo em que vivemos e do planeta. As coisas evoluíram. A nova geração está em cima disto.

Charles Jeffrey: Acho que o debate entre ambos vai continuar a desenvolve­r-se. Acredito que vamos evoluir enquanto indústria e continuar a abraçar e a celebrar novas formas de identidade. Ainda temos muito trabalho a fazer, mas estou confiante de que não vamos regredir. Com sorte, o futuro da Moda será permeado com compreensã­o e conhecimen­to, e irá celebrar toda a gente no espectro do género de igual forma.

Guillaume Philibert: Acho que a maioria das marcas e dos líderes vão redefinir a ideia do para quem é que estão a desenhar. Ainda que as Semanas de Moda masculinas e femininas continuem a existir, e que as grandes empresas continuem a servir o propósito de ter coleções separadas para um género determinad­o e específico, tudo será muito mais fluido. A BMW e a Porsche não criam carros especifica­mente para homens ou mulheres, por isso, porque é que nós, enquanto designers de Moda, devemos olhar para a questão de forma diferente? Fazemos a mesma T-shirt para todos os géneros, só tem um corte diferente para ter um fit melhor em cada tamanho. As marcas mais pequenas têm uma grande voz hoje, são elas que ditam as tendências e os movimentos, e por isso vão criar um espaço muito mais neutro. Roma Uvarov: Há muito tempo que crio peças unissexo e é algo muito convenient­e em termos de consumo. Não faço coleções masculinas e coleções femininas de forma separada e mantenho o foco unicamente na funcionali­dade das peças, tanto para o guarda-roupa masculino como para o guarda-roupa feminino. Acho que a principal questão que precisamos de solucionar no futuro é a ecologia e a reciclagem do plástico. Eu sou absolutame­nte amigo do ambiente e a favor do consumo razoável – e quem quer que tu sejas, homem ou mulher, não é uma questão importante. ●

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