CAN’T TOUCH THIS
Usemos por uma vez a Wikipédia como referência para resumir o assunto que aqui nos traz: “As hammer pants são calças largas personalizadas/modificadas, afuniladas no tornozelo com uma elevação flácida, adequadas para dançar hiphop. Foram popularizadas nas décadas de 1980 e 1990 pelo rapper americano MC Hammer. Têm como inspiração as harem pants, originárias do Médio Oriente, e introduzidas na Moda Ocidental por Paul Poiret por volta de 1910.” É verdade, as hammer pants são tudo isso, e são ainda “parachute pants” (calças paraquedas), se bem que o responsável pelo seu sucesso não goste lá muito da expressão. Em 2016, o artista disse ao site Racked: “Detesto o termo parachute pants. Esse termo é novo. Elas chamam-se Hammer pants. Eu tenho um par daquilo a que poderíamos chamar da versão Gucci das Hammer pants. Eu tenho um par da versão Christian Dior das Hammer pants. Provavelmente cinco dos principais designers europeus têm as suas próprias versões das Hammer pants. E isso é muito lisonjeiro.” E é. Mas isso significa, também, que milhares de pessoas além de MC Hammer, o único ser humano a quem as hammer pants ficam francamente bem (basta rever o seu videoclipe, U Can’t Touch This, de 1990), decidiram tomar como sua uma moda que devia ficar reservada para: a) aulas de dança; b) bailes de máscaras; c) pequenas incursões pelo deserto, se bem que ainda não consigamos deslindar em que circunstâncias; d) arrumar a casa. O seu corte não favorece ninguém. Nem as modelos com corpos de sonho que desfilam as updated versions, imaginadas pelas grandes maisons, temporada sim, temporada não. Nem ícones-fashion-à-prova-debala, como Sienna Miller, Gwen Stefani ou Olivia Palermo. Oh yes, they did it.