TOO MUCH SKIN, GIRL
Por entre os milhões de tweets dedicados à “cena cultural” (vamos chamar-lhe assim) dos anos 2000 há um que, neste contexto, merece especial atenção: “Christina Aguilera was not playing around in the early 2000’s” (numa tradução livre, “Christina Aguilera não andava a brincar no início dos anos 2000”). E não andava. A cantora norte-americana, que atingiu sucesso à escala planetária com o hit Genie In A Bottle, lançado em 1999, nunca se coibiu de vestir (e despir) o que bem lhe apetecia, ignorando tendências e sendo, ela própria, uma trendsetter.
Ao longo de quase uma década — isto porque, entretanto, passou a optar por looks mais discretos — usou e abusou da combinação microtop (ou seria soutien?) e calças justas, com cintura ultradescida, insistiu nos vestidos com rachas em sítios impensáveis, nos ultra-minicalções (alguém, um dia, inventará uma denominação para eles) e nas leather pants com rasgões demasiado perto da zona púdica (não, não é um typo)...
Aguilera foi, se quisermos, um ícone de libertação feminina tanto quanto “mostrar o corpo” pode ser sinónimo de empoderamento e de afirmação. Os anos 2000, aliás, foram fortíssimos nessa sábia, mas por vezes desastrosa, overdose de pele. Experimente googlar “Keira Knightley na estreia mundial de Piratas das Caraíbas: A Maldição do Pérola Negra (2003)” ou rever as dezenas de fotos de paparazzi da mesma época tiradas a uma mui despida Paris Hilton: too much skin.
Até Lady Gaga, que raramente vai atrás de modas, sucumbiu a este pequeno faux-pas.
E não há nada de errado. Não há nada de errado, repetimos, só que por vezes até pode ser mais sexy deixar em casa o crop top quando já decidimos sair com as hot pants.