MY EYES ARE STARVING FOR BEAUTY
A frase que dá título a este texto é uma das mais conhecidas tiradas do documentário The September Issue (2009), e foi proferida por Andre Leon Talley, antigo editor-at-large da edição americana da Vogue. Basicamente, o que a citação implica é que os olhos de Talley estão (ou estavam) sedentos de beleza. Uma beleza que via através dos seus escuríssimos óculos de sol, formato XXL, um modelo que se poderia caracterizar como sendo um misto de Matrix e Blade Runner. Estranho? Nem por isso. Estranha é a coleção (vastíssima, por sinal) de Sir Elton John, que há muito nos habituou às suas aparições públicas de fazer parar o trânsito – nada é deixado ao acaso, dos looks inesperados (lantejoulas, num homem? Ele fá-lo desde os anos 70) aos óculos de sol, que tanto podem ser corações como bolas circulares com cristais incrustados. Lady Gaga, sua fiel seguidora, tanto no talento como no lema de vida “estou--me a lixar para o que pensam de mim”, é outra artista que não dispensa um par de weird sunglasses: podíamos fazer um artigo inteiro só à custa das suas escolhas, que qualquer um de nós definiria como “arriscadas.” Para ela são apenas banais. Para o comum dos mortais seria o equivalente a andar na rua com um néon onde se pudesse ler “por favor, olhem para mim.” Se for esse o caso, basta procurar nas dezenas de opções que têm desfilado nas passerelles, porque os designers, mesmo os de casas mais históricas (hello, Gucci!) deixaram a vergonha no atelier e há versões de óculos de sol aparentemente estapafúrdios para todos os gostos. Sublinhe-se “gostos.”