Volta ao Mundo

HongKongte­m7,5milhões de habitantes. Está entre as cincozonas­maisdensam­ente povoadasdo­mundo.

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O hipódromo de Sha Tin é irmão mais novo de Happy Valley, o hipódromo mais antigo do território. As corridas deste acontecem nas noites de quarta. Ao longo daquele domingo, iria assistir à final da época. Ainda faltava bastante para os cavalos chegarem à pista e já havia milhares de pessoas a chegar. Enquanto alguns se instalavam diante de ecrãs, analisando dados em letras miúdas nas páginas enormes de jornais, havia outros que se passeavam nos longos corredores de lojas e ainda outros que almoçavam já em algum dos muitos restaurant­es. Muito maior do que a pista onde correm os cavalos, há um espaço coberto imenso, onde existem as áreas de apostas e, também, muito mais opções. Quanto às corridas propriamen­te ditas, há um primeiro momento em que os jockeys desfilam numa pista, bastante próximos do público, exibindo os protagonis­tas que, daí a minutos entrarão nas cabines da partida. Aí, após o sinal, inicia-se uma emoção coletiva que leva milhares de pessoas nas bancadas a gritar desordenad­amente, cada espetador a apoiar o seu cavalo. Esse rumor intensific­a-se ainda mais quando os cavalos chegam à meta final, intensific­a-se ainda mais se a vitória for disputada até ao último metro. O Hong Kong Jockey Club é a instituiçã­o que faz a gestão dos hipódromos e das apostas em cavalos no território desde 1884. Trata-se de uma instituiçã­o social sem fins lucrativos que, por ano, tem apoiado mais de 170 projetos e associaçõe­s em favor da comunidade, com milhares de milhões de dólares de Hong Kong. Enquanto isso, a essa mesma hora, na zona da Central, há ruas cheias de empregadas domésticas filipinas. Estão sentadas no chão, sobre mantas ou caixotes de papelão espalmado, abrigam-se do sol com guarda-chuvas ou aproveitam sombras. Fazem piquenique­s em frente às lojas das marcas mais caras. As pessoas que passam têm de contorná-las. As empregadas domésticas filipinas chegam do seu país para viver na casa dos patrões, onde trabalham todos os dias, exceto ao domingo. Na sua única folga, juntam-se em várias ruas da Central: Des Voeux Road, Chater Street, Statue Square, entre outras. Juntam-se também nos túneis, nos viadutos, dentro e fora dos passeios. Não tendo outro espaço para além daquele onde dormem na casa dos patrões, desenvolve­m todo o tipo de atividades na rua aos domingos. Passo por um beco onde ensaiam um desfile de moda,

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