O tesouro que ninguém deve ver
Lupa geográphica
SENTINELADONORTE,ÍNDIA 11 ° 33 ’ 01 ” N 92°13’60”E As
águas cor de safira são enganadoras. Pode parecer o paraíso, e até é, no sentido bíblico: os habitantes da ilha andam nus e vivem alheios ao mundo, escondidos na floresta cerrada. Mas aqui o mar está sempre revolto e uma armadura de recifes dificulta a aproximação. Uma metafórica fortaleza, para manter à distância o mundo civilizado e guardar um tesouro inestimável: Sentinela do Norte é habitada por um povo indígena que, crê-se, migrou de África há 60 mil anos e mantém um estilo de vida pré-neolítico. Será, talvez, o povo mais isolado do planeta. Desconhece-se que língua falam, quantos são e o pouco que se sabe resulta de encontros fugazes que acabaram em chuva de flechas. A ilha, parte do território de Andamão, é de acesso interdito. Porém, em 2015, um artigo da Forbes referia o projeto de «safaris humanos» em barco couraçado. Os sentineleses podem ter sobrevivido à passagem dos séculos, mas não resistirão a uma invasão turística. Há tesouros que estão melhor longe dos olhos do mundo.