Volta ao Mundo

O drama das rodinhas

TURISMO EM MUDANÇA Os troleys são uma das pragas das cidades do mundo – mas são inevitávei­s.

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Os troleys com rodinhas tor n a ra m - -se uma questão maior nas cidades. Antigament­e, as pessoas iam de táxi para hotéis que tinham porteiros. Eram deixados à porta, e não havia necessidad­e de transporta­r bagagem pelas suas mãos. Depois veio a democratiz­ação das viagens – mais gente, com menos posses, jovens... Os táxis foram substituíd­os por transporte­s coletivos, que não deixam os hóspedes nos hotéis. As grandes estadas são agora city breaks de fins de semana. Os hotéis foram substituíd­os por aluguer de casas privadas através de aplicações na internet, das quais a Airbnb é a mais conhecida. E as viagens caras e cheias de mordomias, por viagens em companhias que cobram pela bagagem de porão.

Tudo isto levou as pequenas malinhas com rodas para a rua. E elas, que foram inventadas por um americano, há cinquenta anos, quando os aeroportos se tornaram lugares mais complexos e com corredores mais longos, infernizam agora os habitantes dos centros históricos das grandes cidades, sobretudo as europeias.

Em Lisboa, sobre a calçada portuguesa, estas malas conseguem tocar um autêntico concerto de percussão. Mas em todas as cidades há queixas, sobretudo nas zonas residencia­is tomadas pelos alojamento­s de curta duração.

Mais uma acha para a discussão sobre a democratiz­ação do turismo e a generaliza­ção do low cost? Sim, e também potencial de negócio: a criação de malas com rodinhas que não façam barulho. Fica o repto. Até porque as cidades europeias – e sobretudo Lisboa – preferem turistas barulhento­s a ficar outra vez sem eles. Como Veneza, que recuou na decisão de as proibir.

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