Murano
Porventura a ilha mais concorrida a norte de Veneza, Murano conta cerca de sete mil residentes e cinco milhões de visitantes anuais. O prestígio da produção vidreira e das linhagens dos artistas sopradores de vidro justifica quase exclusivamente essa popularidade. O fabrico do vidro é uma arte veneziana transferida para Murano desde finais do século XIII. A história de criação e propriedade que aí começa está bem ilustrada nos dois pisos do Palazzo Giustinian, antiga sede episcopal e museu do vidro desde 1861. Essa é uma das atrações da ilha, outra são as igrejas, nomeadamente a Basílica de Santa Maria e San Donota com o chão coberto de enigmáticas figuras geométricas de matriz bizantina.
Um passeio um pouco mais demorado depressa leva a inferir que Murano é um lugar estranho. Porque se as ruas principais, sobretudo em redor do canal, estão forradas de montras com toda a espécie de artigos de vidro, já nos bastidores – quase todo o resto da ilha – o que mais se encontra são ruas desertas e fábricas abandonadas.