OUTROS MESTRES E UM MECENAS «APAIXONADO»
Num centro histórico recheado de arte destacam-se igualmente a Skulpturensammlung (ou Coleção de Escultura) e a Galerie Neue Meister (ou Galeria dos Novos Mestres), dois dos mais reconhecidos museus da cidade, com obras desde 1800 à atualidade. Partilham o Albertinum, em tempos longínquos um arsenal e convertido em espaço museológico em finais do século XIX, por sorte pouco danificado nos bombardeamentos.
Levadas pelo Exército Vermelho para a União Soviética, as coleções regressariam a Dresden na década de 1950 e hoje incluem O Pensador, de Auguste Rodin; trabalhos de Gerhard Richter, que aqui nasceu e estudou; assim como de Paul Gauguin e Vincent Van Gogh mas também de Neo Rauch e Ai Weiwei. Do impressionante tríptico Guerra, de Otto Dix, a uma inesperada e doce obra do cubano Felix Gonzalez-Torres, feita de rebuçados, há muito para descobrir com os Novos Mestres.
A completar o conjunto monumental do centro, a Procissão dos Príncipes é um belíssimo mural do século XIX com 101 metros de comprimento, feito de 24 mil azulejos de porcelana, e apresenta a história da família Wettin, que governou a região durante oito séculos. Augusto, o Forte, por vezes designado como o Rei Sol da Saxónia, é a personagem que mais curiosidade suscita.
Amante das artes, no princípio do século XVIII transformou Dresden numa metrópole de nível europeu, sendo o responsável pela edificação ou reconstrução de grande parte dos principais monumentos. Também consta que as artes não eram o seu único interesse: diz-se que perdia a cabeça por rabos de saia e que teve mais filhos do que dias tem o ano. E que tratava
Amal as mulheres, como indicia, no mural, o seu cavalo a pisar uma rosa, símbolo de feminilidade. E, de facto, a amante mais duradoura, a quem até ofereceu um palacete – hoje o hotel Taschenbergpalais Kempinski – acabou presa, a seu mando, por mais de quarenta anos.