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LIBERDADE, COQUEIROS E «JUSTIÇA»

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DIEGO GARCIA (REINO UNIDO)

7°19’10”S 72°25’21”E

Fica a 780 quilómetro­s das Maldivas, a 1780 da Índia e outros tantos das Seychelles. Diego Garcia é um atol sem grandes recursos, situado no meio do nada,

no imenso Índico. E isso, à partida, seria uma garantia de paz para os nativos, não fossem os interesses superiores da «liberdade»: estes 24 km2 de areia ficam a meio caminho entre Médio Oriente, Sudeste Asiático e sul de África,

posição estratégic­a na guerra fria. Portanto, em 1966, por insistênci­a dos EUA, o Reino Unido cedeu o território para a construção de uma base militar – cedendo às insistênci­as americanas de «limpá-la» de gente. Isto é, uma população de mil chagossian­os, descendent­es de escravos africanos e migrantes indianos, que colonizou esta terra desabitada no século XVIII. O que se sucedeu foi uma

deportação progressiv­a,

distribuíd­a entre Maurícia e Seychelles, uma nova vida em condições de pobreza extrema, uma série de argumentos colados a cuspo entre as autoridade­s britânicas e americanas, e um processo judicial que se prolonga desde 1977. O que pedem os nativos? Que os deixem voltar a casa, só. Casa essa, ironicamen­te, ocupada por uma base chamada Camp Justice.

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