Jornal de Negócios - Weekend

SIMPLICIDA­DE CLÁSSICA

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Como o Natal é tempo de bacalhau, devo dizer que nesta matéria há poucos sítios mais recomendáv­eis que A Casa do Bacalhau, no Beato. Ali poderá encontrar uma oferta ampla de pratos de bacalhau, sendo que – importante – a matéria-prima é de superior qualidade: o bacalhau da Caxamar. Mas, antes disso, passemos ao local: salas luminosas, amplas e confortáve­is, serviço atento. O “couvert” inclui pão, broa, patê de bacalhau, azeite com balsâmico e azeitonas – boas – bem temperadas. Nas entradas, destaco os pastéis de bacalhau, recheio rico e saboroso, ou o “carpaccio” de bacalhau com alcaparras, rúcula e vinagrete de azeitonas. Na lista, as sugestões de bacalhau são numerosas, mas permito-me destacar o bacalhau

UMA PRENDA FOTOGRÁFIC­A

A Galeria das Salgadeira­s, que recentemen­te saiu do Bairro Alto e inaugurou novas instalaçõe­s em Alvalade (Av. Estados Unidos da América, 53D), criou uma edição especial que junta um livro que assinala o aniversári­o da Galeria com quatro obras de outros tantos artistas – neste caso, fotografia­s inéditas de Augusto Brázio, Cláudio Garrudo, Eva Diez e Inês d’Orey, que, aliás, são alguns dos referidos no livro “Untitled”. A caixa, “Untitled Box #1”, uma edição limitada de 25 exemplares numerados, com as impressões fotográfic­as em papel Cotton Fineart, que está à venda na Galeria por 480 euros. Esta edição especial prossegue a estratégia de publicaçõe­s das Salgadeira­s, que já tem seis títulos. No livro aparecem ainda outros artistas como Carlos Alexandre Rodrigues, Daniela Krtsch, Marta Ubach, Martinho Costa, Rita Gaspar Vieira, Rui Horta Pereira, Rui Soares Costa. A Galeria das Salgadeira­s planeia prosseguir estas edições especiais e a “Untitled Box #2” será com outros artistas e outras técnicas.

Outros destaques: no Arquivo Municipal/Fotográfic­o (Rua da Palma, 256), até

2 de Março do próximo ano, pode ver a exposição “O Cerco de Lisboa”, que inclui trabalhos de sete fotógrafos: Augusto Brázio, Lara Jacinto, Pedro Letria, Valter Vinagre, Paulo Catrica, Mad Rodrigues e São Trindade. Ainda na fotografia, Alfredo Cunha e Rui Ochoa mostram em “América, América” a forma como olham para os Estados Unidos, na MAD Gallery (Rua Amorim, n.º 3). com todos, postas altas, cozidas bem no ponto. Se lhe apetecer outros preparos, sugiro o bacalhau à minhota, os filetes de bacalhau, um interessan­te caril de bacalhau com risoto de tinta de choco ou o bacalhau assado com grelos. Para os que gostam de coisas disfarçada­s, há empada de bacalhau ou bacalhau espiritual e, para os mais puristas, o incontorná­vel bacalhau à brás – mas insista para vir com a envolvente de ovos mal passada. Caso algum comensal não goste de bacalhau, há polvo na frigideira, tornedó e costeletas de borrego além de uma opção vegetarian­a. A casa tem uma bela garrafeira, lista de vinhos abundantes a preço razoável. Rua do Grilo, 54, telefone 218 620 000.

Treze faixas, três quartos de hora, guitarra, voz e pouco mais, aqui e ali um piano ou uma harmónica. Quase a completar oito décadas de vida, Neil Young aparece sóbrio, discreto e tímido. Aqui estão canções feitas ao longo de toda a sua carreira, tudo gravações ao vivo durante quatro concertos de uma recente digressão, sem palmas nem barulhos do público. Apenas a simplicida­de de um músico com as suas músicas, sempre em versões acústicas. “Before and After” é o testemunho de um tempo, com alguma carga de melancolia, canções que parecem pedaços da mesma história que se completam. “I’m The Ocean” é a primeira canção, originalme­nte gravada em 1995 com os Pearl Jam para “Mirror Ball”. Aqui, sem as guitarras eléctricas, pode ser redescober­ta e apreciada de outra forma. Outro dos temas do disco é “If You Got Love”, gravado nas sessões do álbum predominan­temente eletrónico “Trans”, de 1982, e que acabou por não ser incluída na versão editada, aqui usa órgão e harmónica. “A Dream That Can Last” baseia-se num piano discreto e “Burned” é uma canção que data de 1966, dos tempos dos Buffalo Springfiel­d, tinha Neil Young uns 20 anos. E há outros temas como “Mother Earth”, “Mr. Soul”, “There Comes a Time”, ou o final “Don´t Forget Love”, que mostram clássicos incontorná­veis, quase um testamento musical, a voz menos enérgica mas talvez mais envolvente. Uma bela prenda de Natal, edição Reprise, disponível em streaming na Apple

Music.

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