Dupla personalidade: as duas séries da versão 1300 de 1970
O ano de 1970 marcou as maiores mudanças entre duas séries do Sedan 1300 nacional. Para muitos foi o ano em que o Fusca perdeu o charme
Oano de 1970 foi singular na trajetória do Fusca brasileiro e da VW. No mês de julho, a marca atingiu a produção de 1 milhão de veículos no País. Em dezembro, um grave incêndio destruiu parte das instalações da fábrica, localizada na Via Anchieta, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), provocando inclusive a morte de muitos funcionários, além de feridos. Ainda no segundo semestre foi lançado o Fuscão, com motor 1500, freio dianteiro a disco opcional e acabamento diferenciado. Junto com ele, surgiu uma nova configuração da versão 1300, mantida em linha com várias inovações.
As mudanças realizadas nesta segunda série podem ser consideradas as mais profundas na história do besouro nacional, que há anos mantinha o mesmo estilo. Adotadas a partir de julho, as novidades alteraram significativamente as linhas do Sedan 1300 que, para muitos fãs, perdeu parte de seu velho charme.
EXTERIOR MAIS LIMPO
Externamente as alterações são facilmente perceptíveis. A começar pelos para-choques, que perderam os adornos de tubos e garras, passando a exibir lâmina única e um friso preto central. Além disso, as peças deixaram de ser montadas diretamente na carroceria, sendo que os pontos de fixação passaram para os para-lamas. Por
falar em para-lamas, os dianteiros perderam na 2ª Série as atraentes grades ovais da buzina, apreciadas por muita gente por garantir um visual antigo ao Volkswagen. Já os piscas dianteiros passaram a vir com as molduras pintadas da mesma cor da carroceria (até a 1ª. Série eram cromadas).
O capô dianteiro também não escapou à nova tendência simplista, deixando de exibir o tradicional friso cromado central. Em contrapartida, a maçaneta do porta-malas passou a oferecer trava de segurança, dispositivo inexistente na 1ª Série. A reestilização na traseira foi ainda mais significativa. Além de menor, o capô do motor ganhou formato bem menos ovalado. O “nariz” que abriga a luz da placa, por sua vez, cresceu mais um bocado (tendência em toda a evolução estética do besouro). Vale lembrar que a nova tampa traseira do Sedan 1300 era idêntica à utilizada no modelo 1500, porém inteiramente lisa, sem as aberturas de refrigeração do motor.
INTERIOR SEM BRILHO
Não foi só na evolução da carroceria que a 2ª Série fabricada em 1970 perdeu o encanto em relação à versão anterior. Ao entrar no automóvel, a sensação de pobreza é visível. A começar pelo painel, que não veio mais com o característico friso cromado que o percorria de fora a fora. Já as gra
Para muitos fãs do besouro, a mudança de série realizada em 1970 decretou o fim do charme do Fusca nacional, que perdeu o para-choque de tubos e o painel caracterizado por um friso central cromado