Pilates na gestação
AAntes do século 20, atividade física durante a gravidez era desestimulada primariamente, por medo de lesões induzidas pelo exercício e de efeitos adversos ao feto. Entretanto, achados clínicos e estudos epidemiológicos, concluídos desde 1985, demonstram que não existem efeitos adversos para o feto e nem para a gestante, em mulheres que realizam atividade física de leve a moderada intensidade e que tenham uma gestação estável.
A gravidez é um momento de diversas mudanças emocionais, hormonais e físicas para a mulher. Um importante hormônio cuja quantidade aumenta durante a gestação é a relaxina, que promove maior frouxidão e alongamento das articulações, no intuito de preparar a pelve para o parto. Assim, a estabilidade de todas as articulações fica reduzida pela presença desse hormônio.
Para amenizar essas transformações no corpo, a mulher precisa realizar um programa de atividade física que promova tranquilidade, bem-estar e qualidade de vida durante a gestação e que ofereça o menor risco possível ao feto.
O Método Pilates surge como um importante programa de atividade física adaptada, pois é constituído por movimentos calmos, controlados e fluidos. Com o pilates, a gestante obtém aumento do tônus da musculatura do assoalho pélvico e abdome (que formam um conjunto de músculos de suporte à cavidade inferior e anterior abdominal); redução das dores lombares (com o treinamento, a musculatura lombar se mantém forte e alongada); redução dos edemas dos braços e das pernas (os exercícios proporcionam aumento do retorno venoso); atenuação das mudanças posturais (a gestação provoca o aumento do peso, da mama, mudança do centro de gravidade e da inclinação pélvica).
No primeiro trimestre gestacional, ainda não há aumento do volume abdominal; portanto, é possível realizar exercícios com a barriga para baixo. A partir do segundo trimestre, começam as alterações posturais; sendo assim, é preferível escolher exercícios que trabalhem mais a musculatura postural. Do 7º mês em diante, procura-se dar ênfase maior aos membros superiores para que a gestante possa carregar o bebê após o parto com o maior conforto possível.
As mulheres que já praticavam pilates antes da gestação podem iniciar a prática nos primeiros meses da gravidez. As iniciantes no método devem começar a partir do 4º mês de gestação. Em ambas as situações, as aulas somente podem iniciar após o consentimento médico. Após o parto, geralmente, as mulheres podem voltar à prática de pilates a partir da sexta semana. Os exercícios são fundamentais e aceleram o retorno do corpo tal qual era antes da gravidez.
Paula Ferreira dos Santos Peixoto é fisioterapeuta formada pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Fisioterapia Respiratória e em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo. Formada em Pilates pela Metacorpus; sócia e professora da Encórpure Fisioterapia & Pilates.