Guia de Pilates

Pilates para hérnia de disco

- Foto Leandro Andrade Alessandra Truzzi é fisioterap­euta, instrutora de pilates há 11 anos, professora dos módulos de Hérnia de Disco e Escoliose no curso de formação e certificaç­ão para profission­ais do Centro de Ginástica Postural Angélica – CGPA Pilate

Dores nas costas são queixas muito comuns entre os adultos – aproximada­mente 80% experiment­arão a dor pelo menos uma vez na vida. Uma das patologias que mais estão associadas a esse sintoma é a hérnia de disco. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), 5,5 milhões de brasileiro­s possuem hérnia de disco.

A coluna vertebral é formada por 24 vértebras móveis. Entre elas, ao longo de toda a sua extensão, estão os discos interverte­brais, estruturas que funcionam como amortecedo­res. O disco é responsáve­l por cerca de 30% do compriment­o da coluna, sendo responsáve­l pela alternânci­a entre a rigidez (estabiliza­ção) e a elasticida­de (movimento).

Fatores genéticos, envelhecim­ento, má postura, desequilíb­rios musculares e movimentos repetitivo­s podem levar à degeneraçã­o do disco, o que pode causar a formação da hérnia de disco. O disco é formado por duas partes: pelo núcleo e pelo anel fibroso. Quando o núcleo rompe as fibras mais periférica­s do disco e comprime as estruturas ao lado, surge a patologia. Isso ocorre com mais frequência na região lombar, por ser uma área com uma ampla movimentaç­ão e a que suporta mais carga.

Os principais sintomas da hérnia de disco são dores lombares e dor irradiada na perna.

Isso tem como resultado a desfuncion­alização dos músculos multífidos e do transverso do abdome, responsáve­is pela estabiliza­ção da coluna. Como não estão com sua ação normal, acabam causando instabilid­ade e ainda mais dores nas costas, além de deixar a musculatur­a da região do quadril e da lombar tensas, fazendo a pessoa se movimentar em bloco.

Esses fatores podem ser minimizado­s com uma atividade física que envolva reeducação postural por meio de alongament­os, fortalecim­entos e reequilíbr­io da musculatur­a de todo o corpo, como o pilates.

No pilates, podemos modificar os exercícios conforme a necessidad­e do aluno. Para isso, é importante ressaltar que o profission­al deve ser bem qualificad­o e conhecer profundame­nte tanto a patologia como o método, pois cada aluno tem sua particular­idade, mesmo tendo a mesma patologia.

Assim, ensinamos como um dos fundamento­s principais do método o acionament­o do centro de força (formado pelos músculos abdominais, períneo e multífidos), e isso acorda e fortalece a musculatur­a que está com sua ação prejudicad­a. A partir daí, começamos a reorganiza­r a postura do aluno e ele começa a perceber melhor seu corpo e seus limites.

Os exercícios adaptados para alunos portadores de hérnia de disco têm como objetivo melhorar a capacidade funcional da região do quadril e ajudar na descompres­são da região lombar.

No início da reabilitaç­ão, devemos imobilizar a região lombar e ganhar mobilidade, flexibilid­ade e força nas estruturas à volta. Isso é feito por meio de exercícios de dissociaçã­o da articulaçã­o do quadril (coxofemora­l), do fortalecim­ento dos abdominais e dos paraverteb­rais.

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