História
Saiba como foi criado o método de Joseph Pilates e quem trouxe a técnica para o Brasil
QQuando Joseph Pilates criou o método que leva hoje seu nome, no início do século passado, ele o chamava de contrologia. Era a ciência e a arte de coordenar o desenvolvimento do corpo, da mente e do espírito por meio de movimentos naturais sob rígido controle próprio. A definição traduzida por professores de educação física e fisioterapeutas ainda vale para definir a técnica que traz o fortalecimento e o alongamento muscular. No solo, com acessórios como bolas ou elásticos e em aparelhos, as mais diferentes linhas seguem o mesmo princípio: trabalhar o corpo como um todo, sem causar lesões, dor, cansaço ou, até mesmo, aquela sensação de desconforto e fadiga muscular após uma atividade física.
O criador dizia que “se um indivíduo tem 20 anos e está encurtado, é considerado um velho. Porém, se tem 60 anos ou mais e é provido de flexibilidade e força, pode se considerar um jovem”. Seus seguidores pensam o mesmo. Cada linha é resultado do desenvolvimento do trabalho de Pilates por um discípulo diferente. Segundo a professora Fabiana Silva, do Studio Spirale, as diferenças entre os métodos são mínimas, e os nomes dos exercícios são praticamente os mesmos. Há variações na maneira de executá-los.
Um dos discípulos ainda vivos, Ron Fletcher foi quem destacou uma regra que vale para todos. Cada aluno deve receber diferentes técnicas e variações, dependendo das suas necessidades individuais.
Pioneira no Brasil, a bailarina Alice Becker conheceu o método como uma disciplina de pós-graduação que cursava na Califórnia. Ela havia recebido recomendação médica para que parasse de dançar por causa de uma lesão de joelho. Com a técnica, voltou aos palcos mais competente do que era antes da lesão. A partir de 1991, na Bahia, a professora começou a ensinar os exercícios que melhoram a postura, a consciência corporal, a auto-estima, o equilíbrio energético, a força e a flexibilidade, além de oferecer saúde física e bem-estar aos praticantes.
Também uma das primeiras a ensinar o método por aqui, Inélia Garcia orgulha-se de ser a única brasileira certificada diretamente pela última discípula de Pilates antes da morte dele, Romana
Kryzanowska. Ela defende que o Pilates deve ser praticado para garantir melhor qualidade de vida, integrando o desenvolvimento conjunto de corpo e mente. Para a profissional, o método não pode ser tratado apenas como uma série de exercícios físicos. É preciso trabalhar, também, o desenvolvimento emocional e intelectual ao executá-lo.
A presidente da Associação Brasileira de Pilates Solaine Perini destaca que é importante que os alunos busquem pessoas certificadas para praticar o método. Com o aumento da procura pelos studios, houve, também, uma proliferação de profissionais não habilitados ensinando a técnica. Segundo ela, o Pilates pode ser praticado pelas crianças a partir de 12 anos de idade, adultos e idosos. Em todos os casos, é necessária orientação profissional – educador físico ou fisioterapeuta.
O professor de educação física Luiz Fioretto escolheu quatro dos 34 exercícios originais elaborados por Joseph Pilates para demonstrar aos leitores. Segundo ele, o principal objetivo desse método de condicionamento físico é o “corpo equilibrado”. “Esse equilíbrio depende da idade, da saúde e da constituição do indivíduo. Não se deve falar de corpo ideal, mas de formas ideais. Somos todos um pouco diferentes quanto ao tamanho, à constituição, à força e à flexibilidade. Por isso, para alcançar o equilíbrio, você precisa trabalhar com o que tem.”
Colocar a mente a favor do corpo é algo a ser feito na prática: “O esqueleto se movimenta graças aos músculos, e os músculos são controlados pelos nervos. Você se comunica com o sistema nervoso ao utilizar a mente de modo consciente. Só assim consegue corrigir os ‘movimentos disfuncionais’. O método ensina aos alunos como o seu corpo funciona”, explica.
Exercícios básicos
Veja quatro dos 34 exercícios originais elaborados por Joseph Pilates. O professor de educação física Luiz Henrique Fioretto escolheu os mais básicos e mostrou à Jeito de Viver como devem ser feitos.