Assoalho pélvico na prática do pilates
Diversas causas podem contribuir para o mau funcionamento dos músculos do assoalho pélvico, gerando transtornos que podem comprometer as funções de continência urinária e fecal, atividade sexual, entre outras. Alguns destes fatores incluem tabagismo (por causa da tosse crônica), sobrepeso, constipação, multiparidade, declínio hormonal, prática de exercícios de alto impacto e atividades com cargas e esforços exagerados.
Sendo esta musculatura de extrema importância para nosso corpo, devemos nos preocupar em preservá-la e conhecer sua ação, sabendo identificar as atividades que sobrecarregam seus componentes.
A corrida e esportes como vôlei e basquete exercem um grande impacto em nosso sistema músculoesquelético. Este impacto é transmitido para a pelve e, com o passar do tempo, este efeito pode comprometer o assoalho pélvico. Para praticar com segurança estas atividades é importante aprender a acionar corretamente a musculatura do assoalho pélvico e exercitá-la, no intuito de prevenir futuros danos. As mulheres, por causa de suas características anatômicas, estão mais sujeitas a estes problemas, por isso devem ser cautelosas na escolha das atividades físicas que praticam.
Contrair a musculatura do assoalho pélvico não é tarefa fácil. Diversos trabalhos científicos demonstram que de 30% a 50% das mulheres são incapazes de acionar corretamente esta musculatura, mesmo após receber instruções. Estas mulheres não realizam contração alguma, realizam uma contração fraca confundida com outros músculos como abdominais, adutores e glúteos ou realizam inversão de comando (força de expulsão).
Por esta e outras razões, pessoas que necessitam de um programa de reabilitação desta musculatura devem passar por uma avaliação para determinar o tratamento mais adequado para cada caso. Muitos pacientes passarão várias sessões aprendendo a contrair esta musculatura corretamente antes de realizar um programa de exercícios funcionais. Na aula de pilates, o desafio é fazer o aluno perceber e ativar esta musculatura para que, ao longo do tempo, esta se torne uma ação natural.
Apesar de ser uma atividade de baixo impacto, o pilates também pode comprometer o assoalho pélvico se for praticado de forma errada; cabe ao instrutor identificar se o movimento realizado não está sobrecarregando o assoalho pélvico.
É importante fazer que o recrutamento da musculatura do assoalho pélvico faça parte da rotina na execução dos exercícios de pilates, promovendo adequado equilíbrio da pressão e gerando um sistema mais eficiente de estabilização do tronco. Para isso, o treinamento é imprescindível.
RenataFerreiraé fisioterapeuta, instrutora de Pila tes( Poles tar-Phy sio Pi lates ), instrutora de Gy roto nic,form ada em R.P.G(Phillip eS ouchard)e especialista em Reabilitação do Assoalho Pélvico( E PM- UNIFESP ). Sócia d oZ anm ai St udi o, trabalha co maulas de Pila tes,Gyroton ice fisioterapia uro ginecológica, ministra workshopsp ara profissionais daáreadePilatese Fisioterapia Uro ginecológica.