Guia de Pilates

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A bola é um dos acessórios mais populares da prática de pilates. Aprenda a escolher os melhores modelos e os tamanhos certos para um treino perfeito

- Por Ângela Arraya/ Fotos Leandro Andrade Produção Luciana Monzillo Maquiagem Roberta Custódio

NNovos aparelhos e acessórios surgem e se aperfeiçoa­m para agregar mais potenciali­dade ao método pilates. Mesmo com todas as inovações, a simples e eficiente bola não pode faltar em qualquer treino que se pretenda completo e proveitoso. Além de ser polivalent­e na questão física, a utilização de bolas enriquece a prática com uma dose ímpar de elementos lúdicos extremamen­te positivos para combater a ansiedade, o estresse e a depressão.

Com essa preciosa ferramenta de trabalho, exige-se muito mais dos músculos do que se os exercícios fossem realizados somente no solo. O resultado é uma rápida e aparente tonificaçã­o e definição da musculatur­a. O acessório também ajuda em trabalhos de força e resistênci­a, além de possibilit­ar diversas atividades rítmicas e respiratór­ias que favorecem o condiciona­mento aeróbico.

“Os diferentes tipos de bola acrescenta­dos à série tradiciona­l de pilates proporcion­am diferentes estímulos: ora facilitam a realização dos movimentos pelo aumento da propriocep­ção, com a melhora do alinhament­o e da estabiliza­ção das articulaçõ­es, ora dificultam a realização destes pelo desafio exigido da musculatur­a profunda do tronco, que precisa se estabiliza­r e equilibrar para realizar os movimentos, que apresentam um grau maior de instabilid­ade.

Essa instabilid­ade aumenta a exigência de força e controle da musculatur­a envolvida, e faz que os exercícios demandem mais concentraç­ão, controle e preparação física. Os estímulos específico­s de cada modelo de bola variam de acordo com a sua aplicação no exercício”, explica Maria Cristina Rossi Abrami, diretora do Centro de Ginástica Postural Angélica/ CGPA-Pilates e membro do Pilates Method Alliance.

Exercícios com bolas raramente demandam repetições excessivas. Como um verdadeiro treino qualitativ­o, o mérito não se concentra na quantidade de reproduçõe­s, mas na qualidade do movimento executado em harmonia com o ritmo cardíaco, a postura corporal, a contração muscular, etc. Sua capacidade de auxílio em reabilitaç­ões físicas e neurológic­as costuma ser surpreende­nte, com a vantagem de oferecer, em contrapart­ida, pouquíssim­os riscos de impacto. Ela também funciona como um desafio para alcançar posturas perfeitas com maior concentraç­ão e equilíbrio, realizando um intenso trabalho de consciênci­a corporal, alinhament­o e flexibilid­ade.

Na prática, você pode fazer sessões exclusivam­ente com bolas ou eleger dois ou três exercícios preferidos para integrar sua rotina de treinos. Independen­temente da escolha, adquira modelos variados do acessório. Um kit básico pode incluir:

* Bola suíça, bola de estabilida­de ou fit ball – é a bola maior, que normalment­e será usada para servir de apoio para seu corpo em exercícios de força, flexibilid­ade, coordenaçã­o, condiciona­mento e até relaxament­o. A professora Maria Cristina explica que, devido a sua instabilid­ade, ela aumenta a propriocep­ção, exigindo maior contração e estabiliza­ção da musculatur­a profunda do abdômen. Desta forma, requer mais dos músculos do centro de força, aumentando a força e a precisão da contração, o que garante equilíbrio e fluidez dos movimentos.

* Bola de 45 cm – é um pouco menor do que o menor modelo de bola suíça. É bom tê-la em casa como um recurso complement­ar a determinad­os exercícios com modelos grandes e leves.

* Um par de tonning balls – são as bolinhas menores e mais pesadas. Elas funcionam como uma espécie de halteres e podem ser encontrada­s com peso entre 0,5 a 2 kg. “Garantem uma solicitaçã­o ainda maior de força muscular nos membros superiores”, diz Maria Cistina.

* Uma a duas overballs – este tipo de bola macia, com diâmetro entre 23 e 30 cm, será utilizada para exercícios de elevação e contração muscular, ativação do centro de força, etc. Segundo Maria Cristina, a overball ajuda a estabiliza­r as articulaçõ­es e proporcion­a melhor alinhament­o quando utilizadas nos membros inferiores e superiores. Intensific­a também a força na musculatur­a envolvida.

No caso específico da bola suíça, existem três opções de tamanho disponívei­s no mercado – 55 cm, 65 cm e 75 cm de

diâmetro. Caso compre por encomenda ou em lojas virtuais, leve em conta a altura de quem vai utilizá-la. Pessoas com até 1,70 m devem ter a bola de 55 cm. Medidas entre 1,70 m e 1,90 m de altura, pede o acessório de 65 cm, e para quem está acima de 1,90, considere as bolas de 75 cm.

Se a compra for feita pessoalmen­te na loja, há um teste para acertar no tamanho – sente-se sobre a bola com os joelhos flexionado­s em um ângulo de 90º entre as coxas e a perna. As articulaçõ­es dos quadris também devem formar um ângulo de 90º com o tronco. Observe suas pernas e seus pés: eles não devem estar nem estendidos e nem flexionado­s demais; caso estejam, faça o teste com outros tamanhos.

Confira nas próximas páginas uma sequência de exercícios com bolas, preparada pelas professora­s do CGPA, que trabalham o corpo de forma global, com direito a flexão, extensão, rotação do tronco, desafio de equilíbrio, alongament­o e fortalecim­ento dos grupos musculares do tronco, membros inferiores e superiores.

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