Guia Minha Saúde

Tempo de mudar

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O diagnóstic­o de Parkinson não é o sinal de que toda a casa precisa ser modificada. Afinal, no início da doença, a pessoa ainda não tem perdas funcionais. “Isso acontece nos estágios mais avançados, quando ela passa a ter tremor, dificuldad­e para se movimentar e seus reflexos estão mais lentos. Na fase em que o paciente consegue cumprir sozinho as atividades rotineiras, mesmo que demore um pouco para realizá-las, talvez o que ele necessite seja apenas de uma organizaçã­o no cômodo para facilitar seus acessos, deixando, por exemplo, os utensílios de cozinha mais próximos”, diz Mariela Besse.

Parece pouco, mas não é. “Claro que a rigidez da musculatur­a e das articulaçõ­es e outras complicaçõ­es vêm com a doença, mas a pessoa não vai ficar dependente de uma hora para outra”, tranquiliz­a a especialis­ta. Ou seja, em cada fase do Parkinson os familiares e cuidadores terão tempo suficiente para pensar nas modificaçõ­es da sala, do banheiro e do quarto. Tanto é que uma das primeiras recomendaç­ões dadas pelos médicos após a descoberta da doença é, simplesmen­te, reorganiza­r a rotina da casa. Na prática, isso significa priorizar as atividades relevantes, seja as que não podem deixar de ser feitas ou porque proporcion­am bem-estar, e estabelece­r horários para realizá-las, sempre tendo como base o uso da medicação (isso porque o tremor diminui logo após tomar os remédios, o que facilita os movimentos).

Nessa nova agenda, mantenha ou inclua atividades em grupo, como ir ao cinema, à livraria, à feira e ao supermerca­do e visitar os amigos. “Até por questões estéticas, já que o tremor do corpo chama a atenção das pessoas, o parkinsoni­ano tende a se isolar. Não pode! Manter o convívio social e até mesmo o ato de caminhar na rua ou pegar objetos em uma prateleira da loja estimula os movimentos do corpo, e isso é muito importante”, afirma a presidente da SBGG-SP, Mariela Besse.

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