Por mais independência
A bandeira da terapia ocupacional também é levantada pela fisioterapia. “Nosso objetivo é dar e prolongar ao máximo a liberdade do paciente. Para que ele ao viajar, por exemplo, possa se levantar sozinho da cama, seja qual for a altura dela, que consiga escovar seus dentes e levantar a xícara para levar o café à boca. Claro que com a progressão da doença essa independência é reduzida e, infelizmente, a gente não consegue manter tudo o que foi trabalhado com a pessoa. Mas são enormes as chances de, se ela tiver feito a fisioterapia corretamente, conforme recomendado para cada caso, fazer menos modificações na casa e reduzir a dependência do cuidador ou do familiar para realizar tarefas cotidianas”, afirma a fisioterapeuta especialista em Parkinson Érika Okamoto, da Associação Brasil Parkinson, em São Paulo. Foi ela quem esclareceu as dúvidas abaixo:
Qual o momento certo de procurar um fisioterapeuta?
Assim que o Parkinson for diagnosticado. Tem gente que acha muito precoce buscar um fisioterapeuta logo no começo, mas não é, pois nesse início podemos trabalhar bastante com a prevenção. Afinal, já sabemos de todos os comprometimentos causados pela doença, e é em cima deles que focamos a terapia.
Agilizar a fisioterapia pode prevenir algumas situações características da doença, como a perda do equilíbrio?
Não conseguimos precisar o quanto esta abordagem inicial é capaz de evitar os sintomas do Parkinson, pois há casos em que a pessoa demora anos para descobrir que é portadora da doença, sinal de que a evolução é mais lenta, e também há situações em que a degeneração é rápida e severa. De qualquer maneira, acreditamos que sempre é válido tentar.
Não fazer fisioterapia também é uma opção para o paciente?
Claro que a pessoa tem livre arbítrio para decidir se quer ou não incluir a fisioterapia em seu tratamento. Some a isso o fato de que a evolução é diferente para cada paciente. Porém, seja qual for o caso, é importante saber que há inúmeras pesquisas que mostram que não fazer fisioterapia prejudica muito mais a progressão da doença do que realizar a terapia.
Há alguma forma de identificar se a evolução da doença será mais severa ou lenta, caso em que o Parkinson é chamado de benigno? Há um jeito, sim. Geralmente, se depois de quatro a cinco anos da evolução da doença o paciente continuar caminhando com independência e, em casa, tiver a liberdade de realizar sozinho suas atividades, podemos dizer com mais precisão que seu Parkinson é benigno. Em contrapartida, se a pessoa tem dificuldade para andar ou problemas de queda, sabemos que nela a progressão da doença será mais cruel.