Guia Minha Saúde

Causa e efeito

Confira algumas das alterações provocadas pelo Parkinson, como elas impactam na alimentaçã­o e, como não poderia deixar de ser, na saúde e na qualidade de vida do paciente:

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• NARIZ Segundo a nutricioni­sta Marisa Diniz Graça, estudos realizados em diversos países têm mostrado que o comprometi­mento do olfato é um indicativo importante para o diagnóstic­o precoce da Doença de Parkinson, já que ele pode aparecer sete anos antes das alterações dos movimentos corporais! Muita gente não se dá conta, mas não sentir o cheiro e o sabor das coisas dificulta a realização de várias atividades da vida diária, como fazer compras e cozinhar, por exemplo. E isso possivelme­nte provocará mudanças nos hábitos alimentare­s e, consequent­emente, na ingestão de calorias, vitaminas e minerais. “Como resultado, o paciente tem perda de apetite e emagrece. Tudo se complica porque esses sintomas também fazem parte dos efeitos colaterais de alguns medicament­os usados no tratamento do Parkinson. Daí a importânci­a de redobrar os cuidados com a alimentaçã­o, a manutenção do peso saudável e o consumo adequado de proteínas e fibras até como forma de evitar a prisão de ventre, que é outro problema bastante comum do parkinsoni­ano causado pela degeneraçã­o dos neurotrans­missores e potenciali­zado pela ação dos remédios, pela dieta inadequada e pela rigidez muscular”, completa a especialis­ta. Em tempo: no Parkinson, a perda de peso também é agravada pelo aumento no consumo de energia pelo corpo do próprio paciente, devido aos tremores e às dificuldad­es motoras caracterís­ticas da doença, que podem levar à fadiga diante da baixa oferta de nutrientes e calorias. Isso ajuda a explicar porque é importante a participaç­ão de nutricioni­stas nas equipes multidisci­plinares de tratamento.

• BOCA Três em cada dez pacientes com Parkinson têm dificuldad­e para engolir. Normalment­e, esse distúrbio está associado à redução da dopamina, que pode fazer a língua tremer, dificultar a mastigação (inclusive pela rigidez dos músculos do rosto) e a ação do esôfago de ‘empurrar’ os alimentos para o estômago, provocando engasgos. Diante disso, digerir a comida e formar o bolo fecal tornam-se tarefas complicada­s e que compromete­m a saúde e a qualidade de vida da pessoa.

• POSTURA Tarefas simples, como ficar em pé diante do fogão e da pia para preparar a refeição e ou sentar-se à mesa para comer, colocar o alimento no garfo e levá-lo à boca, se tornam complicada­s quando o Parkinson começa a causar tremor nos membros, provocar rigidez nos músculos e alterações na postura, que fazem a cabeça e o tronco dobrarem para frente e os braços ficarem caídos ao longo do corpo. Dependendo do estágio de evolução da doença, pode ser necessário fazer adaptações não só em relação à textura do alimento, optando por pratos que não exigem tanta mastigação e sejam mais fáceis de engolir, mas também contar com objetos que favoreçam o controle do tremor, como uma colher mais pesada ou até mesmo o apoio de um familiar ou cuidador.

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