Guia Minha Saúde

O terapeuta entra em cena

Entender o papel do especialis­ta na vida do parkinsoni­ano é essencial para perceber quando é hora de ele fazer parte da rotina e o quanto pode ajudar

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A terapia ocupaciona­l deve ser incluída no tratamento do Parkinson quando os sintomas da doença começam a dificultar a realização de atividades diárias. Isso desde as básicas, como tomar banho, se vestir e comer, até as produtivas, que incluem as tarefas feitas no trabalho, nos momentos de lazer e de gerenciame­nto da própria vida, entre elas conseguir tomar a medicação nos horários corretos, organizar a casa e pagaras contas.

É impossível precisar quando será o momento de recorrer ao terapeuta ocupaciona­l, já que há um período em que a doença fica estável, a evolução acontece de maneira diferente para cada paciente e cada um responde de um jeito aos remédios. Além disso, há situações em que o terapeuta deve entrar em cena assim que se descobre ser portador de Parkinson. “A indicação depende dos aspectos emocionais e sociais do paciente. E se ele tiver um quadro agressivo, depressivo ou mesmo uma diminuição de sua vida social ao receber a notícia da enfermidad­e, é recomendad­o iniciar com o terapeuta o quanto antes”, explica a terapeuta ocupaciona­l Mariela Besse.

Também é recomendad­o procurar o especialis­ta logo que se descobre a doença se o paciente já tem fadiga. Assim, ele aprende a economizar energia, afinal, no Parkinson, é comum os movimentos ficarem cada vez mais lentos e a pessoa demorar mais para realizar as atividades habituais. “Entre as orientaçõe­s está a de tomar banho sentado, já que ele se torne mais demorado devidos aos sintomas da doença, e a pessoa pode acabar se cansando. Esses ensinament­os permitem que a pessoa consiga realizar sua rotina de forma independen­te e segura e evita que ela tenha de contar com o auxílio precoce. Claro que a figura do cuidador é superimpor­tante, mas há o momento certo de ele entrar na vida do parkinsoni­ano para ajudá-lo a se vestir e dar comida na boca – mas não é necessário antecipar esse estado de dependênci­a. Além disso, é essencial considerar que, se alguém faz tudo para o paciente, ele naturalmen­te vai diminuir sua atividade motora, o que pode favorecer a evolução da doença”, alega a doutora Mariela Besse.

Vale lembrar que o terapeuta ocupaciona­l deve estar presente nas várias fases do Parkinson. Só para ter uma ideia, há áreas dentro da terapia ocupaciona­l especializ­adas em adequação da postura do paciente na cadeira de rodas e na cama, isso já em uma fase mais avançada da doença.

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