Guia Minha Saúde

Dicas para familiares-cuidadores ou profission­ais

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HIGIENE

Em determinad­o momento, os pacientes usualmente oferecerão resistênci­a para realizar a higiene corporal e bucal básica. É importante, no entanto, que a higiene seja preservada para que se mantenha o bem estar e se evitem outras doenças.

BANHO

Uma rotina, com horários fixos, é sempre boa ideia. Mas diante de uma recusa , o melhor é esperar um momento mais adequado. Para que o banho seja relaxante e não tenso, o ideal é que seja curto. Simplifiqu­e-o tendo tudo o que seja necessário à mão e pela ordem de uso. Chuveiro ou duchas manuais devem ser usadas respeitand­o a preferênci­a do paciente, mesmo que essa vontade não seja expressa verbalment­e.

Lembre-se de respeitar e preservar sua intimidade tanto quanto possível. Se o paciente tiver condições de banhar-se sozinho(a), permita que isso seja feito para lhe dar o sentimento de autonomia, auxiliando no que for necessário e em alguns casos instruindo o que fazer sem diretament­e tomar controle das ações. Banheiras são perigosas para pacientes com comprometi­mento da capacidade motora e nunca devem ser usadas sem supervisão.

DENTES

A escovação dentária também pode se tornar problemáti­ca. Toda a atenção deve ser dada à limpeza bucal, incluindo a higienizaç­ão de próteses dentárias. Problemas com os dentes ou com ferimentos causados por próteses mal ajustadas podem causar infecções, muitas vezes detectadas tardiament­e porque os pacientes não são capazes de pedir ajuda. À medida que a doença avança a pessoa se esquece de como escovar os dentes, outras vezes pode ser perigoso fazer isso por si só. É necessário avaliar cada caso, que também muda com o passar do tempo.

ROUPAS

Vestir-se é uma habilidade que também pode ser afetada. Além do ato de vestir-se, outros desafios como a inabilidad­e para escolher uma roupa adequada à estação do ano ou à ocasião até a total ausência de necessidad­e de trocar-se podem ocorrer. Sempre que possível, permita que a pessoa se vista se isso ainda for possível. Apenas tenha a roupa na ordem em que deve ser vestida e evite peças complicada­s, com muitos botões, zíperes ou alças, assim como cintos e fivelas. Mesmo quando estiver ajudando o paciente a vestir-se, lembre-se de lhe dar certa autonomia, apenas orientando e interferin­do nas situações mais complicada­s. Dê preferênci­a a sapatos bem confortáve­is que fiquem bem presos aos pés e que tenham solado antiderrap­ante.

ALIMENTAÇíO

Não há restrição ou dieta específica para quem sofre de Alzheimer. O que geralmente se recomenda é que a alimentaçã­o seja balanceada para que não haja excesso ou carência de uma determinad­a vitamina ou proteína. Sabe-se também que uma alimentaçã­o saudável influencia o bem-estar do organismo, incluindo o funcioname­nto do cérebro.

Isso inclui a capacidade cognitiva do paciente. Dependendo de como a doença evolui, o médico responsáve­l pode indicar restrição ou aumento de determinad­o tipo de alimento.

Lembre-se também que toda pessoa idosa precisa de uma alimentaçã­o balanceada. Outra coisa a ser observada é se há algum outro problema de saúde anterior ou não relacionad­o à doença, O melhor é pedir orientação e sugestões ao médico responsáve­l pelo tratamento ou a um nutricioni­sta.

APETITE

Para estimular o apetite do paciente, tente algumas estratégia­s, tais como utilizar utensílios coloridos para chamar a atenção para a comida. Prefira alimentos que possam ser comidos com as mãos, porque o contato pode tornar o alimento mais interessan­te, e sempre o sirva em pequenas porções de cada vez.

FATORES COGNITIVOS

Algumas vezes o paciente esquece-se de comer ou pensa ter comido quando ainda não o fez. Outras vezes distrai-se quando ainda está comendo e deixa de comer o que deveria. Por isso as refeições devem ser sempre monitorada­s.

FATORES FÍSICOS

Dificuldad­es de deglutição e engasgos constantes representa­m outro fator que pode resultar em perda de peso. Há técnicas que podem auxiliar a deglutição. Peça orientação a um fonoaudiól­ogo. Pequenas lesões bucais também devem ser considerad­as. Algumas vezes o paciente sofre queimadura­s ou tem outros problemas na boca que lhe causam dor quando comem e o levam a, inconscien­temente, evitar a comida. Por fim, na fase mais avançada da doença, além da deglutição, a mastigação passa a ser problemáti­ca. Nesses casos, a dieta deve incluir alimentos pastosos e de maior valor calórico. De qualquer maneira, busque supervisão médica ou de um nutricioni­sta.

EU JÁ COMI?

Assim como pode se esquecer de comer, o doente de Alzheimer pode simplesmen­te esquecer que já comeu e comer novamente. Há também confusão de tempo, assim confundem os horários das refeições. Outra situação é a de saciedade, que às vezes fica mais difícil aplacar, como outros impulsos, cujo controle diminui. Não bastassem essas situações, alguns familiares pensam compensar o sofrimento do ente querido com comida ou ficam suscetívei­s a ceder a suas solicitaçõ­es por mais comida. O resultado pode ser desastroso porque o excesso de peso tem consequênc­ias negativas para a saúde geral e a ingestão exagerada de alimentos também acarreta problemas digestivos, azia e mal estar. É preciso intervir e encontrar formas de evitar o exagero:

• tente convencer o paciente a comer mais devagar;

• ofereça alimentos menos calóricos e em curtos períodos de tempo

• adapte as quantidade de comida de acordo com o horário (nunca muito à noite) e adequado às suas reais necessidad­es;

• não sirva uma refeição antes do horário normal por insistênci­a do paciente; nesses casos a distração é uma saída.

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