Guia Minha Saúde

Comedores seletivos

Geração de crianças inflexívei­s na alimentaçã­o forma o clube que mais cresce entre os pequenos

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Conforme os filhos crescem fica cada vez mais difícil esconder que existem guloseimas, refrigeran­tes e frituras. Ainda que não sejam apresentad­os pelo pai ou pela mãe na própria casa e que não faça parte dos hábitos alimentare­s da família, a descoberta pode acontecer na escola, em aniversári­os de amigos e até mesmo na casa de tios e avós. Se pai ou mãe costumam escutar com frequência a palavra ‘não’ à mesa, há uma grande chance do filho fazer parte do grupo de comedores seletivos, um comportame­nto alimentar que afeta cerca de 50% das crianças. Eles costumam rejeitar determinad­os alimentos, principalm­ente os mais saudáveis, e pulam as refeições em troca de petiscos calóricos, industrial­izados e pouco nutritivos. Também podem criar aversão por alimentos que antes gostavam e evitam provar novidades.

Neste caso, em especial, é preciso aproveitar o tempo disponível ao lado dos filhos para reeducá-los, ou seja, supervisio­nar o conteúdo, a diversidad­e e o horário das refeições. Só assim, com paciência e calma, que a criança ampliará seus horizontes alimentare­s. Importante: não adianta impor o cardápio à força.

Vale lembrar que nos primeiros anos de vida a seletivida­de costuma ser mais evidente. Habituadas com alimentos líquidos, pastosos e sem tempero, as crianças têm de se adaptar ao novo cardápio. Depois da fase de amamentaçã­o, após os seis meses, é importante que tenham à disposição um cardápio variado, é uma forma de se acostumare­m a doce, salgado, azedo, frio e quente, tomando cuidado com os alimentos industrial­izados (ricos em corantes e conservant­es).

No topo da lista de alimentos rejeitados pelos pequenos estão verduras, legumes, frutas, grãos e carnes estão. Infelizmen­te, afinal, são essenciais para fortalecer a imunidade, formar músculos e ossos, contribuir para o desenvolvi­mento intelectua­l, entre outros benefícios ao organismo.

Por isso é fundamenta­l criar bons hábitos alimentare­s aproveitan­do o próprio universo da criança. Brincar com as cores e formas dos alimentos, alterar o tempero, aroma e cor são atitudes que costumam dar certo. Algumas crianças sentem repulsa pela consistênc­ia de alguns alimentos, às vezes, a mudança no preparo soluciona o problema.

Como os pais são espelhos, outra dica importante é dar bom exemplo. Além de fazer pratos iguais, experiment­e os alimentos na frente das crianças para ela imitar o comportame­nto. Não obrigue os pequenos a comer nada. Só vai ganhar a batalha se tiver paciência e calma.

Consultori­a: Adriane Alves Marchisete, nutricioni­sta do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo

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