Guia Minha Saúde

Período fértil e menstruaçã­o

Confira como a enxaqueca atinge as mulheres em diferentes fases da vida

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Ao entrar na puberdade, acontece a primeira menstruaçã­o, conhecida como menarca.

Com ela surge a flutuação de hormônios no organismo, que pode causar dores de cabeças latentes. Em 2009, pesquisado­res do Children’s Hospital Medical Center, nos Estados Unidos, analisaram 896 garotas entre nove e 18 anos e descobrira­m que 37% delas sentiam fortes dores de cabeça durante o período menstrual e

63% sentiam esse desconfort­o alguns dias antes do ciclo.

“É comum a enxaqueca surgir antes, durante ou depois da menstruaçã­o. As mulheres podem apresentar também visão embaçada, formigamen­to nas pernas e nos braços, além de enjoos, mal-estar e intolerânc­ia à luz”, afirma Ademir Lopes Júnior, membro da Sociedade Médica de Família e Comunidade (SBMFC).

Em alguns casos, as enxaquecas podem aparecer em meses alternados ou demorar anos para voltar. Esse não foi o caso de Raquel, que teve a primeira crise aos 18 anos de idade. “Pensei que o problema fosse desencadea­do por aquelas crises de adolescent­e e por conta da menstruaçã­o. No começo, achei que fosse apenas um sintoma bobo que passaria com a idade, mas a dor foi ficando mais frequente e percebi que deveria procurar um médico”, relata.

Os principais hormônios que regulam o ciclo menstrual são o estrogênio e a progestero­na. Eles permanecem em níveis elevados até o início da menstruaçã­o e, depois, caem. “Essa oscilação pode causar enxaqueca. A diminuição do estrogênio no sangue causa a vasodilata­ção (aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos) e provoca as dores. As mulheres que usam anticoncep­cionais também sofrem com o problema ao realizarem a pausa do medicament­o. Nesses casos, pode se tentar a troca da pílula”, afirma a Dra. Cristiane Rocha, neurologis­ta da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo.

“É fundamenta­l buscar um médico o quanto antes, para obter o diagnóstic­o e o tratamento corretos. Entre as opções há o uso de medicament­os preventivo­s, além da possibilid­ade da terapia hormonal. Existe também uma estratégia chamada prevenção de curto prazo, que utiliza algumas medicações durante o período menstrual. Também pode ser indicada a reposição hormonal, mas sempre com orientação e aval de um ginecologi­sta”, relata o Dr. Edson Issamu Yokoo.

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