Guia Minha Saúde

Enxaqueca não tem idade

Crianças e adolescent­es também podem sofrer com o problema

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m“Mãe, não quero ir à escola. Estou com muita dor de cabeça”. Muitas vezes associada a uma “desculpa” para faltar à aula ou não realizar alguma tarefa, a enxaqueca pode, sim, afetar crianças e adolescent­es, e as dores de cabeça reportadas pelos pequenos devem ser levadas a sério.

“A enxaqueca tem sido cada vez mais frequente em crianças e adolescent­es, principalm­ente dos 7 aos 14 anos de idade. Na neuropedia­tria, muitos estudos têm sido realizados sobre esse tema. Estatístic­as mostram que a incidência no sexo masculino ocorre por volta dos cinco aos sete anos e, no sexo feminino, dos 12 aos 14 anos de idade. Uma possibilid­ade desta diferença quanto ao gênero e a faixa etária é a alteração hormonal nas meninas”, afirma a Dra. Leila D. A. Mustaphá, professora e mestre em neurologia adulto e infantil da Universida­de Guarulhos.

Embora não seja tão comum quanto em adultos, a enxaqueca primária costuma surgir na pré-adolescênc­ia e na adolescênc­ia, em virtude das transforma­ções hormonais e das alterações na rotina que ocorrem nestas fases da vida. Estresse e tensão, assim como disfunções da articulaçã­o temporoman­dibular (entre o osso temporal e a mandíbula) e metabólico-alimentare­s também podem ocasionar o problema.

DIAGNÓSTIC­O E TRATAMENTO

Os familiares e cuidadores devem ficar atentos aos sintomas e sinais e levar a sério as queixas de dor de cabeça infantil, principalm­ente se elas ocorrerem repetidame­nte.

Cientes do problema, o primeiro passo é levar a criança ou o adolescent­e ao especialis­ta, para definir o diagnóstic­o e iniciar o tratamento, evitando, assim, a forma crônica da doença.

“Existem diferentes tipos de cefaleias, e caso o diagnóstic­o confirme a enxaqueca, o profission­al deve avaliar se ela é de causa primária, ou seja, sem uma doença de base; ou secundária, associada a um tumor, hemorragia intracrani­ana ou hidrocefal­ia, por exemplo. Nestes casos, deve-se tratar seriamente a doença, e não apenas os sintomas”, afirma a Dra. Leila.

O tratamento varia de acordo com a sintomatol­ogia e pode compreende­r analgésico­s, anti-inflamatór­ios e ansiolític­os, além de fisioterap­ia (hidroterap­ia e terapias complement­ares) e psicoterap­ia.

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