Cefaleias primárias
CEFALEIA TENSIONAL
É o tipo mais comum entre as cefaleias primárias. Manifesta-se com menos intensidade, surgindo como uma sensação de aperto, pressão ou peso envolvendo a cabeça, geralmente com localização bilateral. O diagnóstico é realizado pelo especialista em consulta médica mediante o paciente relatar os sintomas, a periodicidade, a intensidade e a duração da dor. O exame físico ou neurológico também pode ser solicitado.
Entre os fatores desencadeantes destacam-se a ansiedade e depressão. De acordo com a Classificação Internacional de Cefaleias, ela tem uma prevalência de 30% a 78% na população mundial, podendo ser crônica ou esporádica. “O tratamento é basicamente preventivo. Pode ser com medicamentos ou ocorrer a indicação de outras alternativas, como relaxamento, psicoterapia, exercícios físicos e acupuntura”, destaca Mario Peres, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
CEFALEIA EM SALVAS
Mais rara, esse tipo se refere a 6% do total das cefaleias, podendo acometer pessoas de todas as idades. Apresenta-se como uma dor intensa e unilateral, que pode durar até três horas se não tratada. Alguns sintomas podem ser vermelhidão ocular, lacrimejamento, congestão nasal e queda da pálpebra do mesmo lado da dor. Ocorre com ritmo e é frequente durante a noite, podendo até acordar a pessoa.
Para ser diagnosticada, pode ser solicitada uma investigação laboratorial do sono, com o objetivo de avaliar os distúrbios ocorridos neste momento. O tratamento é realizado durante as crises, por meio de medicamentos sublinguais, injetáveis ou até com uso da máscara de oxigênio. As dores são fortíssimas e os homens são três vezes mais atingidos por ela do que as mulheres.
CEFALEIA PRIMÁRIA EM FACADAS
É caracterizada por pontadas de curta duração com, no máximo, três segundos. É frequente em pessoas com migrânea (40%) ou cefaleia em salvas (30%). É mais comum em adultos e raramente atinge as crianças.
CEFALEIA PRIMÁRIA DE TOSSE
É desencadeada pela tosse ou por qualquer esforço do abdome. A dor geralmente ocorre dos dois lados da cabeça e é mais frequente após os 40 anos de idade. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagens, como a tomografia computadorizada. É bastante rara, representando cerca de 1% das dores de cabeça. Pode durar até duas horas e apresentar sintomas, como vertigem e náuseas.
CEFALEIA DE ESFORÇO FÍSICO
Ocorre após esforço físico e é mais frequente em locais com clima quente ou altitude elevada. Não está relacionada a doenças intracranianas.
CEFALEIA APÓS A ATIVIDADE SEXUAL
Geralmente, essa dor de cabeça é intensa, de início súbito, ocorrendo pouco antes ou durante o orgasmo e desaparecendo horas depois. O esforço da atividade pode contribuir para o desconforto, principalmente se a pessoa passou muito tempo sem se alimentar. Normalmente, acontece pelo esforço de expiração forçada contra a glote fechada (conhecida como Manobra de Valsalva) ou pela contração muscular realizada pelos ombros e pescoço. Alguns fatores de risco são hipertensão arterial, obesidade, estresse, histórico familiar e doença arterial.
CEFALEIA EXPLOSIVA
É semelhante a um aneurisma cerebral. O diagnóstico precisa ser bastante criterioso para que sejam excluídas outras doenças ou hemorragia intracraniana.
CEFALEIA POR ESTÍMULOS FRIOS
Ocorre quando um estímulo frio é aplicado na cabeça ou quando a pessoa ingere ou inala algo que está em uma temperatura muito baixa. Desaparece após 30 minutos da exposição. Geralmente, tem curta duração e pode ser intensa na parte temporal ou frontal.
CEFALEIA POR COMPRESSÃO EXTERNA
Acontece após pressão externa na área da cabeça, como uma faixa apertada, óculos de natação, chapéu ou capacete. Desaparece após cerca de uma hora do término da pressão.
CEFALEIA NUMULAR
A dor acontece em uma pequena área do couro cabeludo e, geralmente, é crônica. A intensidade do desconforto varia de leve a moderada.
CEFALEIA HÍPNICA
É conhecida como a síndrome do despertador. Geralmente, ocorre pela primeira vez após os 50 anos de idade, mas pode acometer pessoas mais jovens. Os sintomas podem durar até quatro horas. O desconforto, que é persistente, pode ocasionar náuseas durante as crises. “É possível realizar o tratamento com cafeína e lítio. A melatonina também pode ser uma opção terapêutica”, explica o Dr. Peres.
CEFALEIA TROVOADA PRIMÁRIA
Pode ser confundida com um aneurisma por conta da intensidade da dor. Pacientes descrevem como se um raio tivesse partido a sua cabeça. “Geralmente, as pessoas que têm esse problema de saúde costumam dizer que é a pior dor que já tiveram na vida. O melhor a fazer é ir ao médico com urgência, para se submeter à tomografia cerebral e à ressonância magnética”, explica o especialista.
CEFALEIA PERSISTENTE E DIÁRIA (CPDI)
Semelhante ao tipo tensional, ela não apresenta melhora e pode evoluir rapidamente para uma dor crônica.