O que pode desencadear as dores?
Os mecanismos que levam ao aparecimento da crise de enxaqueca não são universais nem completamente compreendidos, mas é comum a existência de fatores desencadeadores, como ansiedade, tensão, estresse, períodos prolongados de jejum, poucas horas de sono, TPM, endometriose, reposição hormonal e excesso de cafeína.
As crises também podem ser desencadeadas por períodos prolongados sem alimentação ou consumo de alimentos os quais a pessoa é intolerante, com destaque para chocolates, frutas cítricas, sorvetes, alimentos gordurosos, condimentados e ricos em glutamato monossódico.
“A enxaqueca é um problema com fortes componentes genéticos e hereditários. Vários alimentos não são as causas, mas os desencadeantes das crises. A pessoa precisa possuir uma predisposição inata para o problema e, então, as substâncias químicas desses alimentos, ao atingirem o cérebro sensível do enxaquecoso, desencadeiam as crises. Mas também existem muitos pacientes que não apresentam nenhum tipo de desencadeante alimentar”, comenta o Dr. Antônio.
Outros fatores também influenciam no surgimento ou agravamento do problema, como mudanças bruscas de temperatura atmosférica e a condição emocional. “Os pacientes costumam ter uma ‘personalidade enxaquecosa’, caracterizada por ansiedade, perfeccionismo, angústia antecipatória e cobram muito de si mesmos, além de ter obsessões com limpeza e arrumação. A depressão também piora a condição”, pontua o Dr. Antônio.
Segundo o Dr. Christian, outros sinais que devem acender a luz vermelha são: sintomas que começam após os 50 anos de idade, ter história prévia de neoplasia ou AIDS, presença de febre ou sinais de doença sistêmica, alterações no exame neurológico e cefaleia após traumatismo.
É possível que a enxaqueca possa piorar. De acordo com o Dr. Fabio, embora incomuns, podem ocorrer complicações como crises com duração superior a 72 horas, intervalos livres de dor menores do que quatro horas ou o infarto enxaquecoso. “Particularmente em mulheres que sofrem de enxaqueca com aura, existe um aumento no risco cardiovascular que é independente de outros fatores, como hipertensão, diabetes, dislipidemia ou tabagismo. Também há um acréscimo do risco com o uso de contraceptivos hormonais ou reposição hormonal”, comenta. Portanto, mulheres que apresentem enxaqueca com aura devem ter cuidados maiores para diminuir o risco cardiovascular.
CONTROLE O PROBLEMA
Apesar de ser uma condição crônica, a enxaqueca pode ser tratada com o controle dos fatores desencadeantes das crises e também com o uso de medicações sintomáticas. Quando as crises se tornam frequentes ou causam limitações nas atividades, é possível associar, também, medicações profiláticas.
“Na maioria dos indivíduos, as crises diminuem de intensidade e frequência a partir dos 40 anos de idade, apesar de ocasionalmente algumas mulheres perceberem uma piora no período da menopausa”, comenta o Dr. Fabio.
TER DOR DE CABEÇA É COMUM, MAS NÃO É NORMAL. POR ISSO, É IMPORTANTE PROCURAR UM MÉDICO!