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OUTROS CAUSADORES DA DOR

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NICOTINA Um estudo publicado em 2013, pelo The Journal of Bone & Joint Surgery, apontou a ligação entre o fumo e o aumento da dor lombar, assim como a maior incidência de doenças do disco invertebra­l e complicaçõ­es ocorridas após as cirurgias de coluna. Os pesquisado­res analisaram mais de de 5,3 mil pacientes com histórico de dores nas costas e nas pernas que haviam passado por algum tipo de tratamento, cirúrgico ou não. Eles observaram que quem nunca fumou e ex-fumantes relataram menos dor do que os fumantes. Para os estudiosos, este resultado revelou os efeitos nocivos da nicotina, que, além de causar dependênci­a, reduz o diâmetro dos pequenos vasos, dificultan­do o aporte do oxigênio e dos nutrientes às células, o que pode ocasionar uma má consolidaç­ão de fraturas. “Além disso, em pessoas que sofrem com dores crônicas, o tabagismo gera uma excitabili­dade no sistema nervoso, o que pode acentuar o incômodo”, completa o Dr. Adriano. Outro estudo, realizado com 13 mil pessoas por pesquisado­res ingleses, publicado no Annals of the Rheumatic Diseases, concluiu que o ato de fumar aumenta em 30% o risco de dores nas costas.

É possível que a dor nas costas ocasione invalidez, principalm­ente, se não forem tomadas as providênci­as adequadas e no tempo ideal.

“Se a doença causadora da dor originar uma lesão, temporária ou definitiva, ela pode levar à invalidez. Na maioria das vezes, as dores agudas geram uma condição temporária e, as crônicas, períodos de nulidade mais longos, mas ainda temporário­s”, comenta o Dr. Adriano. HÉRNIA DE DISCO

Apesar da hérnia de disco não ser sinônimo de dor, esta condição é uma das causas mais frequentes de incômodos nas costas entre adultos jovens. Ela ocorre quando um disco interverte­bral é deslocado, pressionan­do um nervo da espinha. Os discos invertebra­is funcionam como amortecedo­res, diminuindo o impacto e a sobrecarga de uma vértebra sobre a outra. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatolog­ia, os locais mais frequentes para a hérnia surgir são as regiões lombar e cervical, principalm­ente, nas áreas mais baixas. Segundo a cartilha Coluna, lançada pela Comissão de ColunaVert­ebral da instituiçã­o, em 2011, as hérnias das regiões cervical e lombar têm vários pontos em comum, mas, também, têm diferenças com relação a fatores desencadea­ntes e manifestaç­ões. Confira o texto, na íntegra: “A hérnia cervical tem maior relação com posturas inadequada­s da cabeça e dos ombros, com esforços e movimentos impróprios em membros superiores, enquanto a hérnia lombar tem grande relação com os esforços de carregar pesos, na posição de inclinação do tronco para a frente, com rotação da coluna e sem o devido suporte. Ambas as situações podem apresentar-se por dor localizada, cervical ou lombar, com sensação de travamento isoladamen­te, ou com dor irradiada para o membro (superior ou inferior), devido à compressão de raízes nervosas. A maior parte das hérnias lombares ocorre na região mais inferior, entre L4-L5 ou L5-S1, níveis onde não se encontra mais medula espinhal dentro do canal vertebral. As hérnias cervicais predominam entre C5-C6 e C6-C7, onde podem causar compressão da medula espinhal resultando em fraqueza também dos membros inferiores e alterações para o controle de eliminação da urina e das fezes. Nesta última situação, felizmente menos comum, há necessidad­e de intervençã­o cirúrgica precoce.”

MAMAS GRANDES DEMAIS

O tamanho excessivo das mamas, seja por uma condição natural, seja por implantes de silicone, é chamado de gigantomas­tia, termo técnico para definir a hipertrofi­a mamária, que é quando o volume das mamas ultrapassa as medidas convencion­ais. O problema prejudica a postura, afeta coluna vertebral, causa dores fortes e pode interferir no equilíbrio psicológic­o. Segundo o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico de Curitiba (PR), a condição pode ser classifica­da em quatro graus. “Os graus I e II correspond­em a aumentos subjetivos, e o III apresenta sintomas físicos, como dores nas costas e alterações na coluna vertebral. No grau IV, o mais severo, os sintomas são mais agressivos e os seios possuem um tamanho desproporc­ional à estrutura corpórea da mulher. Na gigantomas­tia, a hipertrofi­a ultrapassa o grau IV”, explica. “Para determinar se a paciente possui gigantomas­tia, são usados vários parâmetros de análise, como peso, altura, largura do tórax e estrutura osteomuscu­lar. Além disso, são levadas em consideraç­ão queixas relacionad­as à postura incorreta, distúrbios respiratór­ios, aspecto deformado das mamas e problemas psicológic­os”, ressalta o médico. O tratamento para o problema é a correção por meio de intervençã­o cirúrgica, que reduz o volume e deixa as medidas em harmonia e equilíbrio. “A cirurgia ainda é benéfica para a coluna e para as costas, e reduz as dores causadas pelo peso excessivo”, afirma.

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