Sport Life

Motivação e vida simples

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E é dessa vida diária, cheia de sofrimento, que Rory parece tirar sua força. “Há muitas outras mulheres que correm tão rápido e até muito mais rápido do que eu. Não me acho diferente. A abordagem que faço da corrida é mais descontraí­da do que a os outros. Tento manter a vida de forma divertida e não levar muito a sério. Já tenho um trabalho desgastant­e; então, para mim, trail running é a maneira de escapar de todo aquele estresse.” E completa: “Eu adoro ser capaz de explorar novos lugares apenas com meus próprios pés. Correr é uma maneira fantástica de ver o mundo e experiment­ar tudo que a natureza tem para oferecer.” Assim, para ela, passar horas e horas no mato correndo parece até mesmo ser um alívio. Mas mesmo ela às vezes tem vontade de largar tudo. Afinal, imagine correr mais de 20 horas sob condições realmente extremas. “Tenho sorte de não preci- sar de muita motivação. É como perguntar se uma criança quer abrir os presentes de Natal – realmente fico ansiosa para fazer os longões. Mas, às vezes, bate uma fase difícil logo no início de uma ultramarat­ona; outras vezes, a fadiga chega mais tarde. Digo a mim mesma para sorrir e suportar. Além disso, fico me lembrando de que correr é uma escolha. É algo que eu me ofereci para fazer. Normalment­e isso me anima e penso que preciso continuar – pois sei que vou ficar muito desapontad­a se parar”, conta. Rory diz que não tem receitas. O que ela sugere é que cada um ouça mais seu próprio corpo. Quando perguntada sobre o que mais almeja no trail, dispara: “Meu próximo desafio é menos sobre a minha experiênci­a pessoal. É sobre descobrir uma forma de motivar mais mulheres a experiment­arem uma ultra. Adoraria ver mais mulheres nas trilhas.”

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