A mudança começa dentro de você e da empresa
Em 10 anos o número de usuários de bicicleta dobrou no país*. De que forma esse fato afeta a nossa realidade?
A rotina das pessoas não muda muito com essa informação. Mas esteja certo de que esse número traz alívio ao trânsito caótico de grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Certamente as pessoas que utilizam a bicicleta para se deslocar estão aproveitando melhor a economia de tempo e dinheiro que o equipamento oferece. Além delas, empresas já perceberam os benefícios que o uso da bicicleta pode trazer. E pedalando a favor da maré, algumas incentivam seus funcionários a utilizarem a bike. Eu trabalho na Shimano, uma empresa cujo próprio nome se confunde com bicicleta. Em 2011, nosso escritório foi mudado para a avenida Paulista. Uma das prioridades era que o prédio tivesse espaço para ciclistas, já que muitos funcionários iam de bicicleta. Fizemos algumas adaptações e logo tínhamos estrutura adequada: bicicletário na garagem e vestiário com chuveiro. Em 2014 mudamos novamente. Dessa vez, fomos para um edifício bastante moderno na alameda Santos, pertinho do endereço antigo. Porém, incrivelmente, o prédio não tinha estrutura para receber as bicicletas. Pior: a administração do edifício não era tão favorável às magrelas. Levou algum tempo e deu um pouco de trabalho, mas com adaptações aqui e ali e concessões de ambas as partes, hoje temos um ótimo bicicletário e um excelente chuveiro. Nessa história, quase prevaleceu aquela velha máxima: em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Por sermos uma empresa cujo principal negócio é a bicicleta, ninguém imaginava que teríamos dificuldades em nosso próprio prédio. Hoje vemos cada vez mais empresas se esforçando para abrir as portas aos usuários de bike e incentivando a atitude. Mas é preciso paciência. O importante é lembrar que a bicicleta é uma ferramenta democrática, um instrumento de liberdade. Cedo ou tarde, ela conquistará mais espaço em nossa sociedade saturada de veículos motorizados.