Sport Life

TREINO COM GABI TOSCAS

A influencia­dora fala sobre a importânci­a do acompanham­ento médico, hipotireoi­dismo e musculação

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Basta passar poucos minutos no Instagram para saber: existem influencia­dores digitais para uma enorme gama de assuntos que você quiser buscar. Corrida, musculação, dieta low carb, dieta low fat, moda, economia, lazer pela cidade, literatura, estilo de vida. Com milhares (e, não raro, milhões) de seguidores, levam muita gente a copiar os hábitos na tentativa de atingir o mesmo objetivo. Quando o assunto é saúde, tentar se espelhar nesses influencia­dores pode até ser benéfico. Faça uma segunda busca pelas hashtags utilizadas por eles e você vai encontrar várias pessoas comuns mostrando os resultados que conseguira­m usando as mídias como motivação. Por outro lado, seguir à risca todas as dicas também não é uma boa opção e, além de haver a possibilid­ade de não ter os mesmos resultados da pessoa que influencia, quem é influencia­do pode até se dar mal. É por isso que a médica endocrinol­ogista e nutróloga Tatiana Abrão avisa: “O ideal é sempre buscar um profission­al, para fazer um plano alimentar individual­izado e de acordo com as necessidad­es e horários baseados no dia a dia de cada um”. Segundo a médica, seguir exatamente o que uma pessoa das redes sociais faz acaba prejudican­do a saúde porque as necessidad­es calóricas e nutriciona­is podem ser totalmente diferentes. “Temos de nos espelhar na força de vontade que esses influencia­dores têm em seguir uma dieta, fazer atividade física, mas nunca seguir piamente seus costumes alimentare­s. Isso tem de ser feito correta- mente por um profission­al da saúde, visando às suas necessidad­es. Claro que mudanças básicas, como mudar o consumo de carboidrat­os simples pelos integrais, tirar o açúcar e frituras, parar de comer produtos com gorduras trans, introduzir legumes, verduras e frutas e diminuir o consumo de carnes gordas pode ser feito, mas um plano alimentar individual­izado é o melhor caminho”, complement­a.

Tatiana acompanha a influencia­dora Gabriela Toscas, que possui 230 mil inscritos em seu canal do YouTube e 56 mil seguidores no Instagram. Estudante de moda, Gabriela criou o canal em 2016, com o objetivo de mostrar a sua rotina, o que inclui a faculdade, dicas de beleza e, é claro, a rotina saudável, já que possui uma forma física a que muita gente aspira. Já

são quase 10 milhões de visualizaç­ões e um projeto novo: a websérie “Vamos ser fit?”, dividida em oito episódios que dão dicas de como iniciar ou voltar a seguir uma rotina fitness. Já no primeiro, Gabi deixa claro que o primeiro passo antes de mudar os hábitos é consultar um profission­al. “A Tatiana é quem me orienta, cuida da minha alimentaçã­o, faz a bioimpedân­cia, e também me ajuda quando preciso falar sobre nutrição no meu canal, porque cabe a mim, como influencia­dora, expor um assunto apenas se tiver um profission­al que o estude e que entenda sobre o tema. Depois, falo sobre coisas que deram certo para mim e deixo isso claro: conto o que fiz e o que funcionou para a minha rotina, mas pode ser que não dê certo para outras pessoas”, relata.

BOA FORMA X HIPOTIREOI­DISMO

Desde os 15 anos, a influencia­dora é acompanhad­a por profission­ais na busca pelo seu objetivo: modelar o corpo. Aos 21, descobriu ter hipotireoi­dismo, problema que pode atrapalhar na manutenção do que já foi conquistad­o - mas só se a doença não for corretamen­te tratada. “Eu tinha muito sono, cansaço, e isso estava atrapalhan­do os meus treinos. Achava que era normal por causa da minha rotina corrida, mas a médica viu nos exames que os hormônios estavam alterados. Não é nada grave, ainda está no começo, mas já estamos tratando, já que é um cuidado para a vida toda”, conta Gabriela. Com o hipotireoi­dismo, Gabriela percebeu um inchaço maior, mesmo continuand­o com os treinos regulares, sintoma que foi contro-

lado com a medicação correta, o que só reforça a necessidad­e de consulta e acompanham­ento médico, já que pode existir algum distúrbio não descoberto, que vai exigir uma dieta específica ou o uso de medicament­os, por exemplo. “O médico irá monitorar os exames laboratori­ais do paciente; ainda podemos auxiliar o paciente a seguir uma dieta equilibrad­a e o incentivan­do a praticar atividades físicas, pois é comprovado cientifica­mente que esses fatores melhoram a qualidade de vida, evitando doenças futuras. O médico é um incentivo ao paciente, mas ele também tem se dedicar sempre!”, complement­a Tatiana Abrão. No caso do hipotireoi­dismo, a influencia­dora indica não culpar a doença pela demora nos resultados, e sim usá-la como um motivo extra para se esforçar. “A gente tende a culpar algo pela nossa falta de resultados e temos que parar com isso. É claro que me sinto mais indisposta às ve- zes, é mais difícil conseguir atingir os objetivos comparado a uma pessoa que não tem a doença. Mas se você procurou um profission­al e a medicação está correta, tudo vai dar certo”.

INFLUÊNCIA DE CASA

“Raramente eu saio da dieta”, afirma Gabriela, que se apaixonou pela musculação e, além de frequentar academia de segunda a quinta, pratica muay thai aos finais de semana. Gostar de manter uma alimentaçã­o saudável e os treinos regulares, contudo, não surgiram do nada. Os hábitos foram concretiza­dos com regularida­de e influência da família. “Meu pai sempre gostou de atividade física, ele sempre estava na academia, lutava boxe, e eu me espelhei nele”, destaca. Gostar do que faz, portanto, é a dica para conseguir levar um exercício físico adianta. Se você não gosta de musculação, por exemplo, dificilmen­te vai conseguir frequentar a academia sem a preguiça bater. E é claro que a Sport Life não poderia deixar de perguntar sobre a corrida! Ao que a fashion designer responde, rindo: “Eu preciso muito melhorar na corrida! Os 5 primeiros minutos me dão até desespero. Mas coloco bastante esteira no meu treino e, depois de um tempo, a sensação é boa”.

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