5 DICAS PARA PREVENIR LESÕES
Quer começar a correr? Então preste atenção às recomendações para evitar dores!
Quem é corredor e nunca apresentou uma lesão ou não sente nenhuma dor frequente provavelmente está cumprindo o protocolo de treinos corretamente ou é pura sorte, mesmo. Segundo um estudo brasileiro divulgado na Revista Brasileira de Ortopedia, 36,5% dos 3.768 corredores de rua amadores analisados apresentaram lesões, ficaram parados ou apontaram machucados e desconfortos durante os treinos. Quanto mais quilômetros na planilha, maior o problema: aqueles que corriam mais de 20km na semana eram os principais alvos de lesão.
Mas não é pelo risco de lesões que o esporte deve ser abandonado, afinal o sedentarismo ainda é o que mais faz mal à saúde, como demonstra uma revisão de estudos realizada na Espanha, levantando os dados de mais de 114 mil pessoas, entre elas corredores amadores, atletas e sedentários. Apenas 3,5% dos corredores amadores relataram dores nos joelhos ou quadris ao longo dos anos, enquanto 10,2% dos inativos reclamaram do problema. Entre os atletas, porém, o número foi maior: 13,3%, daí a necessidade de ter um acompanhamento profissional sempre e, caso o objetivo seja apenas cuidar da saúde e não se tornar um atleta de elite, respeitar os próprios limites.
O IMPORTANTE É PREVENIR
Joelho, tornozelo e quadril são as partes do corpo mais afetadas por lesões com a corrida. “Entorse de tornozelo, fascite plantar, canelite e até fratura por estresse estão entre as principais”, destaca o ortopedista Rafael da Rocha Macedo, especialista em cirurgia do pé e tornozelo. Mas é possível minimizar as chances de apresentar um problema seguindo alguns cuidados. Apesar de ser um esporte simples e democrático, a corrida necessita de um preparo físico. Calçar o tênis e sair correndo muitos quilômetros todos os dias pode não ser uma boa ideia para quem foi sedentário a vida toda, porém desde que seja seguido um treinamento orientado, esses quilômetros podem sim fazer parte da rotina e, o melhor: livre de lesões. Confira algumas recomendações do ortopedista:
Descubra qual é o seu tipo de pisada.
Assim, será possível realizar suas atividades usando o tênis adequado para evitar os vícios de postura e desgastes em áreas como os tornozelos e joelhos. Consultar um ortopedista é a melhor forma para saber qual é o calçado mais indicado. E o ideal é aplicar esse cuidado o dia todo, não só durante os exercícios - usar sapatos confortáveis e que permitam uma postura adequada ajuda a evitar dores nos pés e outros problemas.
Manter apenas a corrida como atividade física não é recomendado. É preciso intercalar com outros exercícios como musculação ou treinos funcionais para que os músculos estejam fortes o suficiente para encarar os quilômetros no asfalto - isso vai evitar lesões e potencializar o rendimento. Para saber como combinar as atividades, consulte um profissional de educação física.
Fortaleça sua musculatura.
Ele deve trabalhar tanto os músculos dos membros superiores quanto inferiores e melhora a flexibilidade dos músculos e tendões, deixando-os mais resistentes e menos suscetíveis a estiramentos
Aposte no alongamento.
ou rupturas por conta o impacto na hora do esporte. Assim como qualquer exercício, o alongamento deve respeitar os limites do corpo.
O ideal é seguir um treino orientado por um educador físico, ir com calma na velocidade e respeitar o descanso (de 24 a 48 horas) para não sobrecarregar as articulações.
Comece devagar. Preste atenção aos sinais do seu corpo.
Sentir dor é um alerta do organismo de que algo não está bem. Logo, se você manifestar esse incômodo o indicado é evitar treinar. E se a dor persistir, procurar uma avaliação médica.
BENEFÍCIOS QUE COMPENSAM
A corrida é considerada um esporte democrático, pois pode ser praticada em qualquer lugar, por quase qualquer pessoa, e atende a diferentes objetivos, como perder peso, melhorar o bem-estar ou cuidar da saúde em geral. E nem precisa ter um pace ótimo ou ser maratonista para garantir os benefícios. De acordo com uma pesquisa feita na Dinamarca, correr em um ritmo lento ou médio pode reduzir o risco de morte em 44%, fazendo com que os homens vivam, em média, 6,2 anos a mais e as mulheres, 5,6 anos. “Para garantir o bem-estar nessa atividade, trace seus objetivos, faça uma pesquisa sobre as provas e distâncias interessantes, busque orientações de profissionais, prepare seu corpo e mantenha o foco. Deste modo, você cruzará a linha de chegada com satisfação e muita saúde”, complementa Macedo.