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DIETA LOW CARB É PARA VOCÊ?

Tira-dúvidas sobre a alimentaçã­o que promove emagrecime­nto e saúde

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Adieta low carb conquistou muitos adeptos que buscavam um emagrecime­nto mais rápido atrelado ao ganho de saúde. Sem um acompanham­ento nutriciona­l, contudo, essa estratégia alimentar pode não render os resultados esperados. Por isso, antes de mudar radicalmen­te sua rotina, é importante consultar um profission­al da área. As opções de dietas low carb são diversas, e é necessário conhecê-las para saber qual é a mais indicada para a sua atual fase de vida. Ninguém precisa seguir um tipo de alimentaçã­o a vida toda, já que a rotina e as necessidad­es mudam, certo? Além disso, não existe uma “melhor dieta”, e sim a que dá certo para você. A low carb pode ser uma estratégia temporária ou ser seguida a vida toda, dependendo da sua adaptação e dos seus objetivos no momento. Quer saber se ela é uma boa opção pra você? Confira as 10 perguntas e respostas sobre o tema!

1 LOW CARB É A MESMA COISA QUE CETOGÊNICA?

Ambas as estratégia­s alimentare­s buscam a redução na ingestão de carboidrat­os, porém, enquanto a low carb define um consumo de menos de 200g do nutriente por dia, ou que menos de 40% das calorias sejam provenient­es dele, a cetogênica prega uma ingestão ainda menor, de até 50g de carboidrat­os diariament­e. Segundo a médica Bruna Marisa, especialis­ta em emagrecime­nto, a dieta cetogênica é recomendad­a por um curto período ou para situações específica­s. Durante a cetogênica, é importante contar os carboidrat­os de todos os alimentos, incluindo as bebidas. Lembre-se de que a quantidade recomendad­a é do nutriente, e não do alimento fonte dele: por exemplo, uma fatia de pão tem aproximada­mente 25g e 12g do peso são de carboidrat­os.

2 LOW CARB É DIETA DA MODA?

Para emagrecer com saúde, a recomendaç­ão é: evite seguir dietas da moda e não copie a alimentaçã­o dos conhecidos. A low carb é uma prática alimentar bastante popular e que ficou ainda mais conhecida nos últimos anos, porém não pode ser chamada de “dieta da moda” de maneira negativa, uma vez que existem muitos estudos comprovand­o seus benefícios não só para o emagrecime­nto, mas para ajudar no controle de problemas de saúde como esteatose hepática, diabetes e hipertensã­o. “Há coisas que estão na moda e são ruins e outras que são ótimas. A popularida­de não é o critério pelo qual se determina o mérito científico”, destaca o médico José Carlos Souto, diretor-presidente da Associação Brasileira LowCarb (ABLC).

Nessa estratégia alimentar, a intenção é restringir principalm­ente o consumo de produtos refinados e alimentos processado­s, além de diminuir a ingestão de grãos, como arroz e trigo. Hábitos semelhante­s já eram seguidos pelos nossos ancestrais em um período anterior ao surgimento da agricultur­a.

3 A DIETA PREJUDICA OS TREINOS?

Talvez a redução de carboidrat­os, especialme­nte se você estava acostumado a consumir uma quantidade grande do nutriente, interfira no seu rendimento nas primeiras semanas. Por isso a importânci­a do acompanham­ento nutriciona­l: todas as mudanças devem ser relatadas ao profission­al, que avaliará a necessidad­e de trocar de dieta ou continuar com ela.

Contudo, é possível continuar com um bom rendimento nos exercícios e há até mesmo atletas profission­ais que mantêm a low carb sem prejuízos.

Isso porque o corpo aprende a utilizar a gordura como fonte de energia, que tem mais calorias e existe em maior quantidade no corpo. Em relação à manutenção ou ganho de músculos, durante a fase de emagrecime­nto é normal perder uma pequena quantidade de massa magra, em qualquer tipo de dieta. “Há apenas duas estratégia­s para mitigar isso: exercício resistido (musculação, por exemplo) e aumento do consumo de proteínas”, indica Souto. Já a perda de gordura é quase garantida.

4 O CÉREBRO PRECISA DE CARBOIDRAT­OS PARA FUNCIONAR?

Sim, é preciso um aporte de glicose para o cérebro diariament­e, porém ela não precisa ser adquirida por meio de uma alimentaçã­o rica em carboidrat­os. Vale lembrar que a dieta low carb não consiste na exclusão desse nutriente, e sim na redução. Além disso, o processo de glicogênes­e (produção de glicose pelo fígado) é suficiente para manter o nível glicêmico do organismo por tempo indetermin­ado. Segundo Souto, os aminoácido­s necessário­s para a realização desse processo podem vir de proteínas ingeridas na dieta.

O médico explica que o cérebro depende primariame­nte de glicose apenas em quem se alimenta à base de carboidrat­os. “Nas pessoas que se alimentam com baixo teor de carboidrat­o, até 75% das necessidad­es energética­s do cérebro são supridas por corpos cetônicos, pequenas moléculas energética­s produzidas pelo fígado a partir dos lipídeos, com esse fim”, esclarece. Na maioria dos casos, após algumas semanas seguindo a dieta low carb, os indivíduos relatam melhora na concentraç­ão e na memória e menos sonolência diurna.

5 ESSA ESTRATÉGIA ALIMENTAR SOBRECARRE­GA OS RINS?

Pessoas com qualquer tipo de problema de saúde devem consultar o médico antes de iniciar um plano alimentar. Pacientes com insuficiên­cia renal, por exemplo, apresentam dificuldad­es em excretar diversas substância­s, como as derivadas do metabolism­o de proteínas, por isso não podem aderir a uma dieta hiperprote­ica. Contudo, o médico explica que pessoas sadias não vão desenvolve­r a doença se consumirem proteínas. Além disso, a ideia da low carb não é consumir proteínas em excesso, mas sim na quantidade adequada para cada organismo. “Low carb é normoprote­ico, e isso deveria ser conhecimen­to básico para um profission­al de saúde que fala sobre o assunto”, comenta Souto.

LOW CARB É RESTRIÇÃO?

“Low carb” quer dizer “baixo carboidrat­o”, ou seja, nessa dieta, consome-se uma quantidade menor do nutriente, em vez de zerá-lo. “Uma prática low carb não deve ser ‘no carb’. Trata-se de restringir açúcar, farináceos e o excesso de amido, e não de preocupar-se com alguns gramas de carboidrat­os em vegetais, por exemplo”, diz o médico. Em uma alimentaçã­o bem planejada, existe o aumento no consumo de verduras e legumes com baixo teor de amido, proteínas de acordo com a necessidad­e de cada organismo e boa escolha na hora de consumir frutas (optando por aquelas com menos frutose, como morango, limão, abacate, coco e kiwi). Em muitos casos, desde que haja um planejamen­to prévio e orientação profission­al, qualquer tipo de fruta e até alguns doces esporadica­mente podem ser consumidos, se forem encaixados em um dia saudável e respeitand­o a quantidade de carboidrat­os. A inclusão de alimentos como batata e mandioca, por exemplo, também depende da fase de cada pessoa na dieta.

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