Jornal de Negócios

Um fundo com ligações aos Panama Papers

- MARIA JOÃO GAGO

O Fundo Amoreiras, hoje detido quase exclusivam­ente pelo Novo Banco, chegou a ser participad­o em 30% pela Banny Investisse­ments, uma sociedade com sede no Luxemburgo, que é ou foi detida por uma sociedade “offshore” que faz parte da lista de veículos sediados em paraísos fiscais que o escândalo Panama Papers divulgou. De acordo com o relatório e contas da Banny Investisse­ments de 2015, em Dezembro de 2013 esta sociedade foi adquirida pela Solaris Venture Capital Fund, uma “offshore” com sede nas Ilhas Caimão. Este veículo aparece na base de dados criada pelo Consórcio Internacio­nal de Jornalista­s de Investigaç­ão e, de acordo com esta base de dados, tem ligações a outra sociedade, a Iberian Pensinsula Investemen­t Company, com sede na ilha de Samoa e com endereço registado na Suíça, nas instalaçõe­s da Eurofin, gestora de activos que alegadamen­te terá sido usada por Ricardo Salgado para operações ocultas – desde a realização de pagamentos à montagem de operações que permitiram ao BES esconder financiame­ntos ao braço não financeiro do Grupo Espírito Santo (GES). Segundo um trabalho publicado pela revista Visão em Janeiro de 2013, a Solaris Venture Capital chegou a ser detida pela Ongoing Internatio­nal Partners, do grupo de Nuno Vasconcell­os, antigo aliado de Ricardo Salgado e accionista do GES.

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