Jornal de Negócios

Imóveis da Fidelidade à venda estão avaliados em 327 milhões

A carteira de imóveis para alienação da Fidelidade vale 327 milhões, mas a seguradora espera obter cerca de 400 milhões. A maior fatia, 260 milhões, é relativa a imóveis que estão arrendados.

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O conjunto de imóveis que a Fidelidade colocou à venda no final do ano passado está avaliado em 327 milhões de euros, segundo revela o relatório e contas do grupo relativo ao ano passado. No entanto, a companhia controlada pela Fosun espera encaixar mais com esta operação. De acordo com o relatório e contas consolidad­o de 2017, os activos não correntes detidos para venda da Fidelidade ascendem a 327 milhões de euros. Os terrenos e edifícios de rendimento, que são os que estão arrendados, têm um valor no balanço de 261 milhões. AFidelidad­e também tem terrenos e edifícios de uso próprio disponívei­s para venda, avaliados em 35 milhões. Há activos por impostos diferidos, também, de 31 milhões de euros para venda. É neste ponto que estão imóveis que têm estado no centro da polémica, como os de Santo António dos Cavaleiros, onde houve famílias a receber a comunicaçã­o de oposição à renovação automática dos contratos de arrendamen­to. A seguradora diz que apenas 14 famílias, do universo de 126 inquilinos, já receberam ou vão receber aquela carta. A líder da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, já se mostrou preocupada com o que possa acontecer na capital. A companhia recusa que esteja a praticar despejos e mostra-se disponível para negociar com os inquilinos. O objectivo é mexer nos contratos, para torná-los mais atractivos para os compradore­s. Segundo dados transmitid­os pela seguradora ao Negócios antes de lançar a operação no mercado, estão em causa 277 imóveis, 70% dos quais com uso residencia­l. A companhia pretende arrecadar cerca de 400 milhões de euros pela carteira, de acordo com informaçõe­s avançadas em Janeiro pelo jornal Eco. O que quer dizer que conta com uma valorizaçã­o de mais de 20% face ao valor dos activos detidos para venda no final do ano. Em 2016, não havia quaisquer activos inscritos nesta rubrica. Foi no final do ano, mais precisamen­te em Novembro, que a companhia, detida em 15% pela Caixa Geral de Depósitos, decidiu colocar no mercado estes imóveis. A carteira estava acessível “a qualquer investidor nacional ou internacio­nal”. Até ao final do ano, chegaram ofertas de compra não vinculativ­as, o que permitiu também chegar uma avaliação preliminar das carteiras. A partir das ofertas, chegou-se a um “um grupo de investidor­es mais restrito”. Estes investidor­es têm acesso a “informação mais detalhada sobre os imóveis, bem como a possibilid­ade de realização de visitas técnicas aos diversos imóveis”, diz o relatório e contas. Segundo o Eco, são quatro os fundos na corrida: Oaktree, Apollo, Orion e Coporgest. A seguradora quer centrar-se em imóveis mais emblemátic­os, que sejam de gestão mais fácil. O encaixe da operação vai servir para reforçar a solvência da companhia.

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Nuno Antunes/Revelamos A Fidelidade, presidida por Jorge Magalhães Correia, espera fechar a venda de carteira de imóveis este ano.

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