Interesse internacional faz disparar EDP na bolsa
A eléctrica portuguesa é uma das mais atractivas num mercado energético europeu, que tem acelerado as fusões. Com a Gas Natural Fenosa, a Enel e agora a Engie na lista de interessados, os chineses reforçam a participação na EDP.
De Espanha, de França e de Itália. Sucedem-se as abordagens e as propostas de “namoro” à EDP, catapultando a empresa eléctrica portuguesa como um dos activos mais atractivos e que está a despertar maior interesse no mercado energético europeu já de si em ebulição. E fez disparar as acções da EDP em bolsa, que na sessão desta segunda-feira, chegou a subir mais de 8%, para atenuar no fecho para uma valorização de 4%. Os franceses da Engie são os últimos a surgir como interessados em comprar a empresa nacional, que já veio desmentir “quaisquer negociações” ou contactos “com vista a operações de consolidação”. Umatelevisão de França noticiou esta segundafeira contactos preliminares “de alto nível” e até encontros entre António Mexia e a homóloga Isabelle Kocher. Apresentados como o segundo maior grupo energético a nível mundial, com receitas próximas de 66,6 mil milhões de euros em 2016, presença em 70 países e mais de 150 mil trabalhadores, os franceses – que em Portugal já detêm uma participação de 50% na produtora TrustEnergy– entram num palco em que o cenário mais usado até agora tinha sido o de uma eventual fusão ibérica e que daria origem à quarta maior companhia de gás e electricidade na Europa. Essa operação que juntaria a EDP e a Gas Natural Fenosa (GNF), que em Julho de 2017 a Reuters avaliou em 35 mil milhões de euros, resultaria do interesse dos espanhóis no negócio das energias renováveis em falta no seu portefólio, mais focado na produção de electricidade a partir de gás natural e de carvão. Esta operação tem sido a mais falada, por criar um campeão ibérico da energia para competir com grandes europeias. É o caso da espanhola Iberdrola ou das francesas EDF e… da Engie, que agora surge como interessada na eléctrica portuguesa. Mas também da italiana Enel, que em Novembro de 2017 surgiu, numa notícia avançada pelo Expansión, como tendo a EDP como um dos alvos potenciais com vista à sua aquisição. É no meio de tantos “namoros”, dos quais poderá resultar um lucrativo casamento para os accionistas, que os chineses aparecem a reforçar a sua participação na EDP para 28,25%. O Estado chinês, que através da China Three Gorges detém 23,27% dacompanhia, comprou mais 1,96% no final do ano passado através da empresa pública CNIC, que passou a deter 4,98% da EDP. Nas contas feitas pelo Expresso, esta operação terá custado perto de 200 milhões de euros aos cofres de Pequim.