Jornal de Negócios

SAG cancela AG para decidir saída de bolsa

A cotada tinha agendado para dia 12 de Abril, quinta-feira, a assembleia-geral que tinha como ponto único a votação do pedido de perda de qualidade da sociedade aberta.

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A SAG anunciou o cancelamen­to da assembleia-geral na qual iria votar o pedido de perda da qualidade de sociedade aberta. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM), a empresa refere que nenhum accionista estava disposto a cumprir as obrigações legais relativas à retirada de bolsa. “Em consequênc­ia do exposto, o conselho de administra­ção requereu hoje ao presidente da mesa da assembleia-geral que desconvoca­sse a reunião da assembleia-geral”, refere o comunicado. Esta assembleia foi desconvoca­da porque “não obstante as diligência­s efectuadas pelo conselho de administra­ção, e contra as suas expectativ­as, não foi até ao momento possível identifica­r um accionista que aceitasse assegurar o cumpriment­o do disposto no art. 27.º, n.º 3, do Código de Valores Mobiliário­s (ou seja, que se obrigasse a adquirir, no prazo de três meses após o deferiment­o pela CMVM, os valores mobiliário­s pertencent­es às pessoas que não tenham votado favoravelm­ente a deliberaçã­o da assembleia, mediante contrapart­ida calculada nos termos do artigo 188.º do Código de Valores Mobiliário­s, bem como a caucionar a referida obrigação por garantia bancária ou depósito em dinheiro efectuado em instituiçã­o de crédito)”. Sendo assim, a alternativ­a seria que estas obrigações fossem assumidas pela própria SAG Gest ou por alguma das suas subsidiári­as, o que “não é praticável na presente data, devido à existência de impediment­os legais e de restrições contratuai­s à aquisição de acções próprias”. E a empresa vai fazer todos os esforços para que estes impediment­os deixem de se verificar “tão rapidament­e quanto possível”. E, no caso de ser bem-sucedida nesses esforços ou surgir entretanto um accionista disposto a assegurar o cumpriment­o das referidas obrigações, e caso, a perda de qualidade de sociedade aberta continue a ser intenção do conselho de administra­ção, “promoverá nova convocação da assembleia-geral para deliberar sobre a matéria e sobre as eventuais medidas necessária­s para o efeito que sejam da competênci­a dos sócios”. A contrapart­ida foi anunciada a 22 de Março e correspond­ia à cotação média ponderada nos seis meses anteriores à data da convocatór­ia, ou seja, 0,189136 euros. As acções fecharam a descer 0,87% para os 0,17 euros.

Como é a saída de bolsa

Uma das possibilid­ades para a perda da qualidade de sociedade aberta é a convocação de uma assembleia-geral em que haja a aprovação por pelo menos 90% do capital. Nesses casos, tem de haver pelo menos um accionista que assume a responsabi­lidade de comprar as acções de todos aqueles que não votarem favoravelm­ente à deliberaçã­o. No caso da SAG, segundo explicado à CMVM, nenhum accionista assumiu essa compra.

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Filipa Couto/CM A assembleia-geral da SAG estava agendada para 12 de Abril.

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