Crise no Sporting acaba em assembleia-geral
A Nos comprou os direitos televisivos de vários clubes, tendo estimado um custo de 1,2 mil milhões. Mas vai receber quase metade desse valor dos outros operadores.
ANos ficou com os direitos para a transmissão televisiva de 19 clubes de futebol, compras feitas em 2015 e 2016. O primeiro contrato começou a correr na época desportiva 2016/2017 e referese aos direitos televisivos dos jogos em casa do Benfica da Liga principal e também os direitos de transmissão e distribuição da Benfica TV. Este acordo foi estabelecido por três anos, com possibilidade de prorrogação até um total de 10 épocas, por um valor de 400 milhões de euros. Também em Dezembro de 2015, a Nos chegou a acordo com o Sporting estendendo no caso do clube leonino o valor de 446 milhões ao patrocínio principal da equipa e exploração da publicidade estática do estádio. O acordo com o Sporting inicia-se em Julho de 2018 para o caso dos direitos de transmissão, por um período de 10 anos. Os dois valores foram revelados na altura. Também o acordo com o Braga, feito em 2015, foi revelado que custaria à Nos 100 milhões. A Nos revela no seu relatório e contas, consultado pelo Negócios, que tem acordos com mais 16 clubes. Para um total de sete épocas, a iniciar-se em 2019/2020, foram assinados contratos com a Académica de Coimbra, Os Belenenses, Nacional (da Madeira), Arouca, Paços de Ferreira, Marítimo e Vitória (de Setúbal). Além destes, fechou ainda acordo com Tondela, União da Madeira, Chaves, Covilhã, Feirense, Freamunde, Olhanense, Penafiel e Portimonense para ter os direitos a partir de 2019/2020 por três épocas desportivas. E todos estes acordos implicam um desembolso de 1,2 mil milhões de euros no total dos contratos, segundo apurou o Negócios com base em números divulgados nos relatórios e contas da Nos. 41 milhões saíram dos cofres da empresa em 2016 e 50,1 milhões saíram em 2017. Mas se este valor é o que sai dos seus cofres, a Nos já conseguiu amortizar o seu custo com acordos que fez com os restantes operadores de telecomunicações – Vodafone, Meo e Cabovisão – para partilha destes conteúdos desportivos. E, em consequência, o “cash flow” líquido da Nos com esses contratos atinge os 680 milhões de euros, tendo já sido registados 24 milhões e de 22,5 milhões pelos anos de 2016 e 2017, respectivamente. A empresa explica que os custos com os outros operadores são “repartidos de acordo com as receitas retalhistas de telecomunicações e as quotas de mercado de ‘pay tv’ [televisão por subscrição]”, lê-se no relatório da Nos referente a 2017.