Contrafacção causa prejuízos de mil milhões
Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia concluiu que as perdas directas por causa da entrada de produtos falsificados no mercado só em 13 sectores de actividade atingiu quase 60 mil milhões de euros.
Aas perdas anuais directas de produtos falsificados no mercado português ascendem a cerca de mil milhões de euros, o que representa 8,2% das vendas, de acordo com um estudo do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), que será apresentado esta quarta-feira. O estudo, que incidiu sobre 13 sectores de actividade reconhecidamente vulneráveis a violações dos direitos de propriedade intelectual, concluiu que os prejuízos anuais atingem 58,9 mil milhões de euros na União Europeia ( 7,5 % do total das vendas). Os 13 sectores objecto de estudo foram: produtos cosméticos e produtos de cuidados pessoais; vestuário, calçado e acessórios; artigos de desporto; brinquedos e jogos; artigos de joalharia e relojoaria; malas de mão e de viagem; indústria discográfica; bebidas espirituosas e vinhos; produtos farmacêuticos; pesticidas; smartphones; baterias e pneus. Os números para Portugal revelam que os sectores com mais prejuízos são o vestuário (342 milhões); medicamentos (269), cosméticos (129), smartphones (73), e vinhos e bebidas espirituosas (60 milhões). O estudo concluiu ainda que o número total de empregos perdidos é de 16.441 (434.701 na UE) e os euros perdidos por habitante são 98 (116 na UE).
Vestuário lidera perdas
Ao nível europeu, os prejuízos no sector do vestuário atingem os 23,2 mil milhões de euros. Nos medicamentos, as perdas ascendem a 15,9 mil milhões e nos cosméticos 5,8 mil milhões de euros. Estes dados fazem parte de um ciclo de trabalho de investigação realizado pelo EUIPO ao longo dos últimos cinco anos, tendo sido publicados num único relatório pela primeira vez. O relatório de síntese, publicado hoje, reúne ainda os resultados de estudos sobre o contributo da propriedade intelectual para a economia da UE e sobre o custo da contrafacção e da pirataria para o comércio internacional. “Graças aos nossos relatórios e estudos dos últimos cinco anos, dispomos agora, pela primeira vez, de um quadro completo sobre o impacto económico da contrafacção e da pirataria na economia e na criação de emprego na União Europeia, bem como informações sobre a forma como os direitos de propriedade intelectual são violados”, comentou o director-executivo do EUIPO, António Campinos.