Governo vai criar “rede social” para exportadoras
Medida faz parte do Simplex+ 2018 que é hoje apresentado pelo Executivo.
O Bussiness Match Making vai tornar mais visíveis as empresas e fazer sugestões automáticas aos investidores.
OGoverno quer criar uma plataforma que permita às empresas portuguesas exporem on-line os seus produtos para os mercados internacionais e que possam, também, “partilhar experiências e criar novas oportunidades de exportação”. Chamar-se-á“Bussiness Match Making” e, como explica a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa em declarações ao Negócios, será “uma espécie de rede social para empresas exportadoras que se querem internacionalizar”. Esta é uma das “medidas bandeira” do programa Simplex+2018, que será apresentado esta quarta-feira, em Lisboa, pelo primeiro-ministro, António Costa. A “Bussiness Match Making” deverá estar operacional no primeiro trimestre de 2019 e será dinamizada e gerida pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Permitirá não só “tornar mais visíveis as empresas”, como, a partir do perfil dos produtos que disponibilizam e das características que tem, permitirá “fazer sugestões, de formaautomática” aos potenciais investidores, o que permitirá“encontrar mais depressa os parceiros que podem estar disponíveis” de um lado e do outro, acrescenta Maria Manuel Leitão Marques. O programa Simplex+ 2018 será apresentado esta quarta-feira, pelo primeiro-ministro, António Costa. Maria Manuel Leitão Marques não adianta, para já, quantas medidas tirará Costa da cartola, mas o evento contará com a presença de Luís de Matos, o mágico português. O slogan será “Parece magia mas é Simplex”.
Empresas vão ter optimizador de investimento
Como nas edições anteriores, haverá medidas transversais às diferentes áreas de governação. No que toca à economia, outra medida prevista é a criação de um “optimizador de investimento”. Neste caso, trata-se de “usar ciência de dados para juntar muita informação e poder agregá-la”, explica a ministra. A medida resultará de uma parceria entre a AICEP e a academia na área da inteligência artificial. Esta nova ferramenta ficará disponível para investidores na- cionais e estrangeiros e agregará e cruzará “indicadores de diversas fontes e entidades que são necessários para as tomadas de decisão na instalação de novos negócios em Portugal”. Por exemplo, onde estão as melhores vias de comunicação, ou onde é que há instalações já pré-licenciadas que podem ser usadas, ou, ainda, onde se localizam instituições de formação profissional ou de ensino profissional onde possa depois ser recrutada mão-de-obra especializada, exemplifica a ministra da Presidência. O optimizador de investimento permitirá criar, para cada investimento específico, ‘rankings’ das melhores opções de áreas, regiões e concelhos do país, permitindo uma optimização das decisões de investimento, sublinha. Aprevisão é que esteja pronto até Março de 2020. Entre as medidas bandeiras do Simplex +2018 está ainda uma outra, dedicada especificamente aos investigadores, que “sempre se queixaram de uma carga burocrática excessiva e de, nomeadamente “terem de dar a mesma informação varias vezes”, diz a ministra.
A medida chama-se “Contratação I&D + simples” e tem em vista simplificar o processo de contratação na actividade científica, investigação desenvolvimento experimental e tecnológico e inovação. Para que, remata Maria Leitão Marques, os investigadores gastem mais tempo a investigar e menos em burocracias”. Uma das alterações será um aumento do limite máximo de contratação através de ajuste directo com convite apenas a uma entidade para os 75 mil euros, que, diz o Governo, é o “valor de referência na Europa”.