CTG alicia EDP com eólicas chinesas e dividendos
Chineses querem fazer da EDP a sua plataforma na Europa, nos PALOP e América.
A China Three Gorges propõe levar – e favorecer – a EDP para o mercado eólico chinês. Este é um dos pontos do seu plano estratégico para a eléctrica nacional, através do qual pretende atrair a aprovação nas ofertas públicas de aquisição da administração, mas também dos accionistas. A estes últimos, garante que a política de dividendos nunca será pior do que a actual, segundo informações obtidas pelo Negócios junto de fonte conhecedora do processo. O acesso ao mercado eólico chinês faz parte do projecto para a EDP, tendo em conta que a CTG se propõe a transformar a empresa portuguesa na sua plataforma prioritária nas operações na Europa, América, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e também em alguns segmentos de mercado na Ásia. Estes são dados avançados pela companhia chinesa nos documentos entregues na passada sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e à administradores da EDP e da EDP Renováveis, já que as duas empresas estão sob oferta pública de aquisição. Um outro ponto é o aumento dos números da eléctrica: o Brasil irá contribuir para que os resultados operacionais da EDP (EBITDA) aumentem em mais de mil milhões de euros. A estabilidade dos dividendos, nomeadamente a garantir de que a política nunca irá ser inferior à actualmente definida, é uma forma de chamar os accionistas para a OPA já anunciada. Os planos estratégicos do oferente são um dos pontos que têm de estar nos relatórios sobre a oportunidade e as condições das ofertas, a cargo das administrações de empresas visadas nas OPA. Há reuniões esta semana dos vários órgãos que se vão pronunciar tanto na EDP (ainda que, à partida, no mesmo documento, tanto administração como conselho geral e de supervisão vão dar a opinião) como na EDP Renováveis. Dificilmente haverá documentos antes de sexta-feira, tendo em conta que nesse dia ainda há encontros pelo menos na eólica.