Jornal de Negócios

Salgado e Pinho chamados em listas com mais de 70 nomes

Do Governo à regulação, passando por presidente­s da EDP, mas também adjuntos e assessores: são mais de sete dezenas as pessoas que os partidos querem ouvir na comissão de inquérito às rendas na energia.

- DIOGO CAVALEIRO

Tanto o PS como o Bloco de Esquerda e o CDS apresentar­am, cada um, mais de 40 convocados à comissão de inquérito.

O único primeiro-ministro que não se encontra nas listas de nomes a ouvir na comissão é António Costa.

Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi, do lado da banca. António Mexia e Eduardo Catroga, pela EDP. José Sócrates e Passos Coelho, enquanto primeiros-ministros. Manuel Pinho e Carlos Tavares, como ministros com a tutela da energia. Estes são alguns dos principais nomes que os partidos pretendem chamar à comissão parlamenta­r de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de electricid­ade, segundo os primeiros requerimen­tos entregues. Tanto o PS como o Bloco de Esquerda e o CDS apresentar­am, cada um, mais de 40 convocados. O PCP, para não se sobrepor aos restantes partidos, avançou apenas com nomes adicionais, como os representa­ntes de concorrent­es da EDP (Endesa e Iberdrola). Contudo, várias personalid­ades são repetentes, pelo que, de acordo com os cálculos do Negócios, cifram-se em cerca de 70 nomes. Alguns dos indicados são repetentes em comissões de inquérito. Salgado e Ricciardi foram chamados na comissão de inquérito à ges- tão do BES e GES, tema que se tem cruzado, nas notícias sobre casos na justiça, com a eléctrica. Arguido no processo que corre no Departamen­to Central de Investigaç­ão e Acção Penal (DCIAP) que investiga possíveis práticas susceptíve­is de integrarem crimes de corrupção, António Mexia, enquanto presidente executivo da EDP desde 2006, é um dos nomes chamados. A ele junta-se o seu antecessor, João Talone, mas também colegas da administra­ção, como João Manso Neto. Rui Cartaxo, que liderou a REN, também é arguido no processo a correr na justiça e é igualmente um nome proposto para ser chamado ao inquérito. Os sucessivos governos marcam uma forte presença nos nomes pretendido­s pelos partidos: o único primeiro-ministro que não se encontra nas listas para a comissão – que se debruça sobre factos que recuam até 2004 – é António Costa. De resto, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e Passos Coelho são convocados. Os ministros da Economia, e os secretário­s de Estado com a tutela da Energia, também aí se encontram. Adjuntos de ministros, responsáve­is da REN, presidente­s da Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s, da Autoridade da Concorrênc­ia e ainda da Direcção- Geral de Energia e Geologia completam o elenco. A listagem ainda não é definitiva, até porque necessita de ser consensual­izada. Aliás, o PSD ainda não avançou com as suas propostas de nomes. Tudo terá de estar entregue formalment­e até dia 12, sendo que dois dias depois a comissão volta a encontrar-se. Nas últimas comissões de inquérito, os partidos acordaram inicialmen­te aceitar os requerimen­tos de todos.

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João Relvas/Lusa Salgado e Manuel Pinho são dois dos responsáve­is que os deputados querem ouvir.

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